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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

22
Nov12

Calhamaços

Maria do Rosário Pedreira

Aqui para nós, confesso que ler um calhamaço na cama não me dá grande jeito e que andar com ele atrás está fora de questão: a coluna ressente-se logo e uma fumadora como eu chega ao último patamar das escadas a ofegar como se tivesse corrido cinco quilómetros ou mais. Mas, pelos vistos, os calhamaços estão na moda – e há quatro editoras que acabam de pôr na rua obras maiores em todos os sentidos, não querendo saber de quantos quilos conseguimos transportar ou suportar em cima do peito ou da barriga. Para começar, está aí finalmente A Piada Infinita, do escritor-mito David Foster Wallace, romance ora cómico, ora trágico, sempre complexo e, seguramente, notável (só li umas cinquenta páginas do original há anos e fiquei logo a saber que o meu inglês era insuficiente, por isso a notícia da tradução é tão boa). Depois, o único romance do Prémio Nobel da Literatura que tinha sido traduzido em Portugal mas andava arredado dos escaparates, Peito Grande, Ancas Largas, de Mo Yan, está de novo à disposição dos leitores que queiram conhecer a obra do nobelizado chinês. Em terceiro lugar, a obra magna que é Quarteto de Alexandria, de Lawrence Durrell, que muitos de nós lemos nos quatro volumes de capa branca (amarelecida entretanto nas estantes) da Ulisseia, apresenta-se agora num só tomo para os mais novos (que são também os mais fortes) lerem de enfiada – e são mil e tal páginas de intriga política e sexual na cidade egípcia que foi uma espécie de Paris no Médio Oriente. Por último, um grande (em todos os sentidos) ensaio de Antony Beevor, A Segunda Guerra Mundial, vem mostrar-nos como um tipo sem carisma chamado Adolf Hitler conseguiu chegar aonde chegou (e dizer-nos que os tempos que agora atravessamos têm bastantes semelhanças com esses em que a guerra na Europa eclodiu). Tudo muito interessante, tudo a ler, mas ai, as costas não vão aguentar...

 

 

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