Publiquei aqui há tempos um post sobre Herberto e o seu livro novo que teve imensos comentários dos extraordinários habitués deste blogue e não só. Nele, contava que havia pessoas a comprarem o Servidões aos cinco e aos seis na Feira do Livro, provavelmente para amigos e familiares, sabendo que, com uma tiragem tão contadinha, o dito se esgotaria em três tempos. Foi mais ou menos o que aconteceu, claro, e a obra desapareceu rapidamente dos escaparates para pena de muitos apreciadores do mestre que não chegaram a tempo de adquirir o seu exemplar. Mas não nos iludamos: esses livros comprados aos magotes aqui e ali não foram apenas para leitores sedentos de meter o nariz no último Herberto. A verdade é que, como também aqui foi dito e previsto, muitos deles estão agora à venda a preços absolutamente estonteantes (120 Euros, por exemplo) em certos alfarrabistas que perderam umas horitas em filas quando Servidões começou a ser vendido, mas deram esse tempo por bem empregado, já que lhes bastará vender um ou dois exemplares aos consumidores mais relapsos para, afinal, facturar uma bela maquia. Acho que deviam contar a Herberto que a sua mania das tiragens curtas dá azo a este tipo de especulação, quanto a mim, nada bonita. Pode ser que ele entenda que é parcialmente responsável pela situação e se deixe de fitas da próxima vez que publique um livro.
Ora ainda bem!!!! O que seria da vida se não tivéssemos respostas por responder???? Uma coisa sem interesse...
Não há nada como manter o mistério e manter a especulação (de idéias!)...
Se A.Gedeão, pela profundidade da sua poesia que mostra um saber das coisas, das pessoas e dos elementais, muito para além da sensibilidade do poeta, me parece um iniciado, ele que era um sábio, justamente um filósofo e um químico (alquimista) que escreveu a pedra filosofal
Se não acredito que Luiz Vaz, que mostra uma profunda cultura diversificada e clássica, fosse só um truão e um soldado da Índia e conseguisse escrever os Lusíadas - e há quem se dedique ao mistério de Shakespeare... sem atentar neste outro?
Mas, Pessoa era um mago... mais do que um iniciado ou místico, ele foi um mago. E, poucos sabem de certos episódios da sua vida como a correspondência com um misterioso mago inglês. Escreveu poesia, sim, mas muito para além dela! Por isso não o olho apenas como poeta.
E mais não digo... ficam os desafios a estes Extraordinários Comparsas que investiguem, e se informem, leiam...
Desculpem lá esta traça tonta e ofuscada pela luz!
Estamos então a falar dos encontros de Pessoa com Aleister Crowley na Boca do Inferno, e do misterioso desaparecimento do mesmo não se sabe muito bem onde? Eu estava era à espera que nos contasse mais coisas sobre o assunto... :) Antonieta