Obituário
Neste ano de 2017, morreu muita gente de relevo: desde logo Mário Soares, Simone Veil ou Helmut Kohl, mas também dois dos nossos maiores empresários, Belmiro de Azevedo e Américo Amorim, ou o notável biólogo Mário Ruivo, o músico Zé Pedro, o actor John Hurt, a coreógrafa Trisha Brown, o realizador Jonathan Demme. E a literatura também ficou visivelmente mais pobre, já que perdemos autores de variadíssimas áreas, do ensaio à banda desenhada, da poesia à ficção. Em Janeiro, deixaram-nos, por exemplo, John Berger, Ricardo Piglia e Zigmunt Bauman, todos sobejamente conhecidos. Em Fevereiro, o filósofo Todorov e Dick Bruna, o inventor da Miffy, essa coelhinha inesquecível. Em Março, chegou a vez do Nobel da Literatura Derek Walcott e do autor de As Pontes de Madison County, Robert James Waller. Em Abril partiram Fernando de Campos e Maria Helena da Rocha Pereira. Em Maio morreram Baptista Bastos e o Prémio Camões António Cândido. Junho ficou marcado pela morte do poeta Armando Silva Carvalho, do romancista Juan Goytisolo e do activista Alípio de Freitas. Já em Julho partiam a brasileira Elvira Vigna, o francês Max Gallo e o norte-amricano Sam Shepard. Depois das férias em Agosto (a morte fez as malas e desapareceu por um mês, o que só lhe ficou bem), em Setembro desapareceria o poeta John Ashbery e em Outubro Jorge Listopad. No mês passado, morreu o autor de BD Fernando Relvas… E espero que em Dezembro os autores se resguardem e possam todos celebrar o Natal em paz e com saúde. (E não pus todos os que morreram, garanto.)