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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

28
Out13

Gigantes em xeque

Maria do Rosário Pedreira

A Feira Internacional do Livro de Frankfurt é o mais importante certame do mundo em torno do livro e da edição (e um dos mais antigos também). Neste ano, o discurso inaugural do director da feira, Juergen Boos, e as declarações do presidente da Associação de Editores e Livreiros da Alemanha, Gottfried Honnefelde, revelaram grande preocupação com o que circula actualmente na rede, dizendo que os que a governam não se interessam minimamente pelo rigor e pela qualidade dos conteúdos; puseram o dedo na ferida da Apple, da Amazon e da Google, chamando-lhes «mágicos da logística», mas não editores, e considerando inclusivamente «reaccionário» que mostrem aos leitores aquilo de que eles gostam, recomendando-lhes livros a partir das pesquisas e das compras anteriores e retirando-lhes capacidade de escolha e reflexão individual. E alertaram para o facto de empresas como a Amazon e a Google quase terem acabado com a concorrência, sublinhando a importância de novas empresas que apresentam formas originais e dignas de atrair leitores – as start-ups – a que esta feira é especialmente dedicada. Claro que todos sabemos que a leitura está a mudar e que as novas tecnologias contribuem largamente para um novo paradigma que ainda não sabemos bem o que será. Mas nos últimos tempos descobrimos muitos dos livros que publicámos pirateados e à venda na Google Books em versão integral quando a edição em papel mal acabara de ser distribuída. O nosso advogado tratou do assunto, bem entendido, mas já aconteceu retirarem o livro da página e ele reaparecer mais tarde como se nada fosse. Enfim, pôr em xeque os gigantes no maior acontecimento anual à roda do livro pode ser que produza algum efeito nesta e noutras matérias.

7 comentários

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    Anónimo 28.10.2013

    Às vezes somos traídos pelo teclado, foi o que aconteceu com o "ouve".
    Beijinho ASeverino
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    ASeverino 28.10.2013

    Tens toda a razão caríssima Amiga, e este "ouve" não foi uma traição do teclado foi sim (confesso) um arrepiante pontapé na gramática, ou melhor uma grande canelada

    Creio que deveria ter escrito houve (do verbo haver)-estarei certo?
    ...e tenho eu, às vezes, a mania de que sou o maior...cada vez me convenço mais (sinceramente) que sou um autêntico básico, daí também um autêntico fanático da aprendizagem, como eu só o James Joyce, um fanático da literatura (soube-o hoje pelo livro que estou a ler)
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    Artur Águas 28.10.2013

    Ora aí está, caro Severino, o exemplo acabado que justifica porque um agá que não se lê, não precisa de ser escrito ! Não é verdade que os mais diretos herdeiros do latim escrevem homem sem agá ?! E ninguém se arrepia pelas itálias pela falta desse agá... Vaticínio meu: na próxima revisão ortográfica (ainda estarei por cá?) os agás iniciais irão desaparecer. Eu eu estarei de acordo (onde quer que então esteja) !
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    jose-catarino 28.10.2013

    Também no Português Arcaico se escrevia "ome", sem H: " Como ome que ensandeceu..."
    Mas olhe que o H não é tão inútil como aparenta. E também ajuda a grafar os sons "lhe" e "nhe"...
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    Artur Águas 29.10.2013

    Muito bem lembrado ! Eu só falei nos agás que aparecem no início das palavras e não se pronunciam. Longe estou eu de querer alterar nh para ñ. E se calhar até não seria horrível, Gil Vicente e Camões compunham em português e castelhano...
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    jose-catarino 29.10.2013

    Não vejo mal nenhum na escrita em línguas estrangeiras -- Fernando Pessoa foi outro que o fez. Isto desde que se não misturem as línguas, o que só me parece aceitável no cómico.
    A supressão na escrita de letras aparentemente sem função -- como sucede no actual acordo ortográfico -- escamoteia um facto incontornável: elas podem não aparecer na estrutura de superfície, mas continuam presentes na estrutura profunda das palavras, como, por exemplo o P de Egipto, que não é pronunciado nesta palavra, mas o é em egípcios...
    Por isso entendo que quaisquer alterações a língua que herdámos e passamos às gerações seguintes devem ser muito, muito bem estudadas antes de se escarrapacharem nos manuais escolares.
    Somos usufrutuários, não proprietários da língua.
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