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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

21
Out13

Estranhezas

Maria do Rosário Pedreira

Um fim-de-semana destes, o caderno «Actual» do Expresso dedicava várias páginas aos escritores portugueses que, segundo determinados críticos e jornalistas que ali escrevem regularmente, estavam subvalorizados e sobrevalorizados. Não discuto a ideia, tão boa ou má como outra qualquer mas perfeitamente legítima num país livre, embora eu não creia que os leitores deixem de ler os apontados como sobrevalorizados se já gostarem deles nem comecem a ler os subvalorizados só por alguém dizer que lhes deviam prestar mais atenção (sobretudo se não encontrarem os seus livros à venda, o que tenho a certeza acontece no caso de Alexandre Andrade). O que é, de algum modo, um pouco estranho é que se considere sobrevalorizado e com «livros intragáveis» (assim mesmo) um autor a quem o próprio Expresso dedicou três páginas inteirinhas numa edição anterior (Valter Hugo Mãe); e que se considere sobrevalorizado Fernando Pessoa (pois foi), que é justamente o patrono do prémio que o jornal Expresso atribui todos os anos a alguém que considera excepcional numa qualquer área de conhecimento. E, quanto ao facto de um dos críticos dizer que a revista Ler faz lobby, não pude deixar de notar que nela escrevem dois dos outros críticos chamados a dar opinião umas linhas acima. Estranhezas à parte, não sei se devemos subvalorizar ou sobrevalorizar o dito artigo. Mas lá que deu polémica, deu.

2 comentários

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    António Luiz Pacheco 21.10.2013

    O "amiguismo" que campeia um pouco por toda a parte... atrevo-me a acrescentar!

    Parece-me que é um defeito nosso, latino ou ibérico (?) o de "gostarmos" daquilo que os que são do nosso círculo (cultural, desportivo, político) produzem. Estarei errado?

    Sei de quem nunca tendo lido práticamente mais nada ou ninguém, defenda e aplauda Saramago como o maior escritor de todos, só porque é do PC...
    Já fui vituperado por gostar de Aquilino, o ataque sendo baseado na sua veia carbonária! E eu ralado com isso! Não lhe tira nem um pingo de génio e nem da alma com que escreveu.

    Isto ainda se atura, em gente comum... que nem traças são, pois repito que a traça é atraída pela luz, independentemente da sua filosofia ou política... Mas acho que não se admite e é de uma profunda desonestidade no caso dos críticos e do pessoal das letras-mesmo!
    Deitar abaixo porque não é do meu clube... E depois queixem-se do estado do país!
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