Publicidade encapotada
A Notícias Magazine – que é, segundo creio, a revista mais lida em Portugal – apareceu de cara lavada, com novos cronistas, boas reportagens e mais páginas. A diferença pareceu-me francamente para melhor e encontrei nesta sua nova «estreia» mais sumo e mais qualidade. Eis se não quando, ia eu lançada no elogio mudo, apareceu uma entrevista a Margarida Rebelo Pinto fora do desenho e do espírito que vinha apreciando. Torci ligeiramente o nariz, mas pensei cá com os meus botões que, apesar de tudo, uma revista que quer conservar um grande número de leitores não pode armar-se em elitista. Passei as páginas até ao fim e pu-la na pilha dos jornais «vistos» no fim-de-semana, já conformada. Chegou então a vez de o Manel a ler e, bem mais atento do que eu, logo desfez o equívoco: aquelas quatro páginas eram, afinal, publicidade – da editora, suponho – ao novo romance da popular escritora. Fiquei sem saber se era bom ou mau sinal. A palavra «publicidade» estava lá escrita num cantinho, é certo, mas a verdade é que parecia opção da redacção da revista dedicar uma atenção especial ao assunto. No momento em que escrevo este post, desconheço se, em números seguintes, o espaço fica reservado para outro atrevido que queira publicitar um produto de forma assim encapotada; mas achava mais bonito que daqui para a frente os entrevistados fossem uma opção apenas da revista, e não dos anunciantes.