A morte do artista
Somos muito parcos em revistas literárias (falo dos portugueses), mas há por aí uma revista novinha em folha que é mesmo A Morte do Artista (sim, este foi o título escolhido pela sua equipa). Foi lançada, segundo sei, na Biblioteca Camões, em Lisboa, naquele mesmo dia 13 em que houve inúmeros ataques informáticos e o Papa canonizou os pastorinhos, pelos seus «donos», quatro amigos que se juntaram para dar corpo a um sonho: Manuel Halpern, João Eduardo Ferreira, Fernanda Cunha e Firmino Bernardo – para lá do artista plástico, fotógrafo e videasta Paulo Romão Brás, responsável pelo grafismo da revista. Tal como a saudosa Ficções e como a mais recente Granta, esta nova publicação pretende ser um repositório de originais – e terá poesia, ficção, ensaio e ilustrações. Desta feita o autor em destaque é Mário de Carvalho, que tem neste número inaugural justamente uma ficção da sua autoria nunca antes publicada e um ensaio de Natália Constâncio sobre a sua obra (este não sei se inédito). Mas, tanto quanto julgo ter percebido, também aqueles autores desconhecidos que têm textos dispersos que não conseguem publicar, terão nesta revista uma possibilidade de os partilhar com o público. Parabéns aos artistas (e que vivam muito tempo).