Erros humanos
Já não sei como, fui parar a um site que registava os 37 erros mais cometidos em português – tão comuns que, em relação a alguns, já nem damos por eles. Mas, se parte dos exemplos são coisas que todos nós já vimos, como trocar «há» por «à», dizer «há dez anos atrás» (haveria de ser à frente?), escrever «há-des» por «hás-de», ou confundir «come-se» com «comesse», a verdade é que alguns dos erros mencionados no artigo caíram de tal forma no uso corrente que até os que pensam que sabem bem a sua língua os cometem. Por exemplo: a expressão «Já agora», ao que parece, é incorrecta, uma redundância (percebe-se, «já» e «agora» querem dizer pouco mais ou menos a mesma coisa; e, porém se eu disser só «agora» ou só «já», não é o mesmo que dizer «já agora», lamento). Na mesma linha, encontrei o erro «mal e porcamente» que, afinal, é «mal e parcamente» (mas tendo a pensar que quase ninguém sabe isto). São também clássicos o erro «ovelha ranhosa» por «ovelha ronhosa» (esta, sim, a expressão correcta) e a troca de género na palavra «grama» quando se refere à medida de peso: é «um grama», e não «uma grama», evidentemente. Verificamos com frequência em jornais que as pessoas já não distinguem «sob» de «sobre» (uma tristeza!) e escrevem um terrível «concerteza» como se a expressão tivesse origem em «concerto» (mas não tem, é «com certeza, duas palavras!) Entre muitas outras, surpreendeu-me que «morrer à fome» não estivesse certo (sim, morre-se «de fome», como de frio, de ciúmes, de doença) e que dizer «pelos vistos» fosse asneira («pelo visto» é que está correcto). Sempre a aprender. Esqueceram-se de um outro erro que estou sempre a encontrar: «eminente» por «iminente». Deve ser o trigésimo oitavo.