Escola e telemóveis
Já não sei quem me contou que, numa escola, os alunos deviam deixar os telemóveis numas caixas à entrada da sala, antes do início da aula. E faziam-no – ou, pelo menos, parecia. A verdade é que determinado professor se deu ao trabalho de ir confirmar e descobriu, em vez de telemóveis, vários comandos de TV... O que quer dizer que os telemóveis «verdadeiros» permaneciam com os alunos. Agora, o Ministério da Educação em França resolveu proibir o telemóvel nas escolas até ao fim do Ensino Básico (dos 6 aos 15 anos, grosso modo). Diz que é preciso proteger as crianças pequenas de passarem demasiado tempo diante de ecrãs (o que entende ser uma questão de saúde pública) e resolveu decretar que, no próximo ano lectivo, nem no recreio os alunos terão acesso aos seus aparelhos: deixam-nos à entrada da escola e levantam-nos à saída… Sabemos que os franceses nunca foram muito chegados à tecnologia, mas os pais e os professores não concordam com a medida. Uns acham que, desde que os alunos os não usem na sala de aula, os telemóveis dão jeito para os pais falarem com os filhos e lhes darem recados e instruções; outros, que o telemóvel pode inclusivamente ser útil em algumas acções de formação (sobretudo se tiver Internet) e que vai ser preciso muito cuidado com quem (e como) vai guardar os telemóveis na escola à chegada… Enfim, eu diria que é um caso de prós e contras, mas que é bom alguém ter pelo menos a sensação de que as crianças devem passar mais tempo longe destes utensílios.