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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

16
Out15

Escrever ou não escrever?

Maria do Rosário Pedreira

Hoje em dia muita gente quer escrever um livro – e eu acrescento: acha que pode. Não discutindo as competências de cada um, a verdade é que o facto de todo o bicho-careta, entre apresentadores de TV e actrizes de telenovela, publicar livros faz com que se pense que escrever não implica talento e o que é preciso é ter uma história para contar (quando o como se conta a história é que, normalmente, faz a diferença). Sei que já falei muitas vezes aqui do tema, mas descobri umas novas dicas importantes. William Boyd, escritor, formula algumas perguntas essenciais aos aspirantes a escritores, que servem, no fundo, para que concluam se, efectivamente, estão habilitados a escrever um livro. E a primeira é justamente «Sabem escrever?», ou seja, se dominam a gramática, não cometem erros, são capazes de se exprimir por escrito de forma a serem entendidos e, claro, conhecem mesmo bem a sua língua; sem isso, meu amigo, de maneira nenhuma se tornarão autores de jeito. «Sabem planificar?» é outra das perguntas, uma vez que a organização da intriga ao longo das páginas de um livro é absolutamente fundamental; não é preciso o plano integral antes de começarem a escrever, mas, à medida que escrevem, têm de saber onde entra o quê sem se espalharem ao comprido. «Têm imaginação?» Ah, pois, há quem julgue que não precisa disto, mas é impossível tornar um episódio credível se o seu autor não o conseguir imaginar, diz o conselheiro. «São suficientemente resistentes?» Sim, Boyd acha que não só escrever um romance implica perseverança, aceitar os momentos menos criativos sem desistir, se calhar cortar páginas e páginas que deram muito trabalho na altura de rever, esperar o tempo que for preciso até o livro estar pronto, mas também que é necessária resistência às críticas depois de o livro sair e ao longo da carreira, porque há na profissão de escritor muitos altos e baixos. Enfim, algumas questões que ajudarão os indecisos a tomar uma decisão em consciência.

6 comentários

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    Beatriz Santos 16.10.2015

    Mas é uma fórmula como outra qualquer, não cabe lá toda a humanidade:). Posso morrer humana, se a máxima não se aplique apenas a seres masculinos que o Eça tinha seus quês de machismo e a gente nunca sabe.
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    Luis Eme 16.10.2015

    O Eça viveu no século XIX, Beatriz.

    Embora muita gente diga que os seus textos permanecem actuais, Eça viveu num tempo em que mais de 80% da população era analfabeta e as mulheres, se esquecermos a maternidade e a vida doméstica, não passavam de um mero objecto decorativo na sociedade...
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    Beatriz Santos 16.10.2015

    Ah, ah, ah...e ele não podia ser um bocadinho avançado para o tempo? Ora esta...anda toda a gente a dizer que Cristo foi o primeiro comunista e depois atira-me com a fidelidade do Eça à época.

    Tá bem, não é o melhor exemplo, sempre é um Deus e isso...mas será que a justiça para com as mulheres (Cristo também foi o primeiro feminista, sabia? quem disse foi aquele padre meio sarcástico Anselmo Borges; não inventei, foi mesmo ele) Ora bem, onde é que eu ia...deixa ver...pois, a justça para com as mulheres. Parece-me que um espírito inteligente tinha obrigação de bem pensar (que o agir é mais difícil, mesmo para um Eça)

    E pronto
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    CST 16.10.2015

    Discordo. O primeiro feminista foi Platão .
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    beatriz santos 21.10.2015

    Tem que ler melhor o filósofo:)
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