Escritaria
Há já alguns anos que se realiza em Penafiel um encontro anual de homenagem a um escritor português consagrado. Estive lá em 2009, quando Saramago era a estrela e o prémio literário com o seu nome foi aí entregue a João Tordo pelo romance As Três Vidas, mas já por lá passaram Lobo Antunes ou Mário de Carvalho e desde o início deste mês que a escritora agraciada pela Escritaria de 2014 é Lídia Jorge. O programa inclui arte de rua (as montras enfeitadas com livros são belíssimas), peças de teatro, cinema, várias conferências e exposições, toda a espécie de acontecimentos através dos quais o público será levado «a descobrir, num qualquer local improvável, numa esquina, rua ou viela, algo que o remeta para o universo da escritora» (roubo as palavras aos organizadores do certame). Um dos pontos altos desta Escritaria será amanhã à noite, no Museu Municipal de Penafiel, quando o Padre Anselmo Borges apresentar o novo livro de Lídia Jorge, O Organista, uma novela que é dada à estampa já depois de ter saído o romance Os Memoráveis em Abril deste ano. Mas o que melhor ilustra a importância da autora eleita são as quase 20 individualidades ligadas à cultura que, neste contexto, se irão deslocar a Penafiel para participar no programa e dar o seu testemunho. Entre elas, descobrimos nomes como Eunice Muñoz, José Fanha ou Cucha Carvalheiro. Se estiver por perto, vá ver como é.