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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

22
Mar17

Escritores de canções

Maria do Rosário Pedreira

Apesar de Sérgio Godinho sempre ter insistido na expressão «escritor de canções», não costumamos considerar escritores aqueles que fazem letras e poemas para serem cantados. Mas a Academia Nobel, ao premiar Bob Dylan com o maior galardão que existe para a Literatura, mostrou que eles têm, afinal, tanto direito a serem denominados escritores como os que se dedicam à escrita de romances, poesia ou peças de teatro. Talvez por isso, foi divulgado com alguma pompa e circunstância na revista The New Yorker que a Biblioteca Pública de Nova Iorque ficará com o espólio de Lou Reed – e quem o anunciou foi a cantora Laurie Anderson, sua viúva, no dia em que Reed, se fosse vivo, faria 75 anos. Por aqui não creio que as nossas bibliotecas se interessem muito ou estejam preparadas para gerir o espólio de um músico: gravações electrónicas, registos em papel, pautas, vídeos e discos sem fim, além de objectos pessoais, fotografias, cadernos… Não temos um grande museu para a música e os músicos, e as nossas bibliotecas olham mais pelos espólios dos escritores à moda antiga. Mas talvez as coisas mudem com a introdução da expressão «escritor de canções» na nossa língua e com o Nobel da Literatura atribuído a um músico.

5 comentários

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    Cláudia da Silva Tomazi 22.03.2017

    Cristna o Brasil entende-se compositor: Vinícius de Moraes, Cartola, Chico Buarque de Holanda, Zeca Pagodinho, Osvaldo Montenegro e Fátima Leão entre outros.
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    Anónimo 22.03.2017

    Portanto, Claudia, - Chico, Vinicius, etc, não são poetas, não são escritores. Ponto final. Não são poetas.
    Mas, afinal, quem são os poetas?
    Não percebo...

    Cristina Carvalho
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    Anónimo 22.03.2017

    Sim. Percebe e percebe-os em transitoriedade. Seu olhar aguçado e sensível, arrepia-se com fenômenos d'esta natureza. Respeita-os tão profundamente tal vossa liberdade em transcrevê-Los. O tempo alinha sígnos e dignifica expressões; metáfora e vórtice. Precioso domador de bússolas.
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    Anónimo 22.03.2017

    Se me der como argumento de que nem tudo "serve" para ser cantado ou musicado, eu aceito esse argumento. Nem toda a poesia tem a musicalidade que se exige para ser cantada ou musicada. Outra poesia tem-na, a música, mas será por demais difícil conseguir esse efeito. Nesses casos, essa poesia pode ser declamada ou, simplesmente, lida nas condições que existirem, ou seja, em qualquer circunstância, em qualquer lugar. A não ser que se considere que a poesia não pode ser lida na rua, em casa, nos transportes...
    Mas voltando às músicas e repetindo a ideia: nem toda a poesia é musicável ou cantável. Claro que não. Mas a que é, por que não? Qual é a diferença? A diferença é para melhor. A diferença está mais virada para um amplo contributo para a humanidade do que outra coisa qualquer.~
    Poesia e música são dádivas de alguns seres para toda a humanidade.

    Cristina Carvalho
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