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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

13
Jan15

Ficar por aqui

Maria do Rosário Pedreira

Em 2014 aumentou o número de estudantes que, findo o 12.º ano, quiseram «ficar por aqui» e não se candidatar à Universidade. As razões seriam, aparentemente, óbvias: muitos pais já não têm como suportar as propinas e aparentemente não há emprego para tantos licenciados, pelo que sacrificar três a cinco anos numa academia sem qualquer perspectiva de encontrar trabalho à saída tornou-se uma perda de tempo para muitos. Mesmo assim, o Barómetro Educação em Portugal 2014 crê que os jovens que assim pensam estão mal informados, porque as maiores vítimas do desemprego são, na verdade, os que menos qualificações têm, e não os licenciados, mesmo que uma grande parte destes trabalhe fora da sua área de formação (mas encontra mais facilmente o que fazer). Os dados permitem, em todo o caso, concluir que cerca de 45% dos alunos perderam a fé nas instituições e que acreditam que o investimento em educação deixou de compensar; e que – mais grave – as famílias acompanham este raciocínio, já que em 2012 eram quase 80% os pais que queriam que os filhos tivessem um curso universitário e, no ano seguinte, esse número desceu para cerca de 70% e tudo leva a crer que tenha baixado mais uns seis pontos em 2014. Vários motivos são avançados para esta mudança súbita de opinião, mas os responsáveis pelo Barómetro referem que a falta de leitura de livros e jornais, quer pelos jovens, quer pelas suas famílias («que estarão a migrar para outras formas de informação e entretenimento cultural»), são grandemente responsáveis pela ideia de que estudar mais não vale realmente a pena. E, enquanto isso, quem quer mandar fica certamente contente com as notícias, uma vez que é bem mais fácil dominar os ignorantes do que os cultos...

3 comentários

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    Beatriz Santos 13.01.2015

    Não é verdade que um curso superior seja sinónimo de espírito crítico e cultura geral. É preciso querer continuar a aprender para que isso aconteça. E esse espírito, ainda que seja suposto existir nos universitários, não cresce em todos os terrenos. Há solos menos propícios, digamos.

    Mas este vídeo também não ilustra senão os casos que mostra. Pontuais, portanto. Porque não sabemos por exemplo quantos estudantes responderam bem; desconhecemos se quem montou a peça não escolheu apenas os casos falhados por ser isso mesmo que pretendia: mostrar que os nossos universitários são uma nulidade em cultura geral.

    Porém, não o esqueçamos, a culpa, se há, não é sobretudo deles, mas nossa. Fomos nós que os educámos, os pais, a instituição escola e a escola paralela. Saber melhor o que se passa nos EU do que no próprio país não é apenas erro deles. Não pode ser.
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    ASeverino 13.01.2015

    Discordo Beatriz a culpa é sobretudo deles que não se interessam absolutamente nada pelos livros e o resto é conversa de ervanária.

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