Há cada vez menos livrarias de jeito em Portugal – e muitos já se habituaram a comprar livros em supermercados, tabacarias e bombas de gasolina. Mas frequentar uma livraria que tenha pessoas que sabem o que fazem é muito diferente de fazer perguntas a um funcionário que se limita a ir ao computador para ver em que prateleira está o livro A ou B. É por isso que todos os anos os Portugueses são convidados pela APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros) a votar na sua Livraria Preferida – e é bom quando vemos recompensado o esforço e o trabalho de livreiros que conhecemos e apreciamos. Foi o caso, por exemplo, da A das Artes, em Sines, que já ganhou este prémio no ano passado e foi agora eleita a livraria com melhor atendimento, e é o caso da Livraria Buchholz, desde 1965 junto ao Marquês de Pombal, em Lisboa, que, além de ser um espaço bonito que cheira a cultura por todos os lados, tem uma equipa muito simpática e eficiente. Parabéns por ter sido a Livraria Preferida dos Portugueses em 2017!
3 comentários
António Luiz Pacheco 28.06.2017
As livrarias são ainda lugares de culto, ainda, repito... como as lojas de bebidas, as charcutarias ou as mercearias finas, enfim, o comércio especializado a que hoje se chama "gourmet", ou outra pepineira que prove sermos modernos, globalizados e munta cultos! Pois. Mas apesar disso continuamos a concorrer para o fecho desses lugares, porque no meio de tanta "coltura" já não há culto por esses lugares e nem o espírito que deles fez o que eram. Hoje a modernidade, a facilidade, a comodidade e a imagem matam tudo o que saia daí... há livrarias que já nem expõem certas obras, escondem-nas, porque temem desagradar aos leitores, como as charcutarias já não expõem lebres e perdizes ... imaginam a Rita Silva e o inenarrável deputado do PAN a ter um chilique? Raios partam essas modernices que acabam com tanta coisa que seria de manter, as livrarias à cabeça, digo eu!
Ó Pacheko a mudança também traz coisas nefastas (mas, note-se, apenas para alguns, já que, por exemplo, para os adoradores do telemóvel e afins jamais darão pelo facto-eles não ouvem, não vêem, não cheiram, não sentem, estão, como dizia o outro, ligados ao mundo-esta é para rir-...)