Livros caros e porquê
Quase toda a gente se queixa de que os livros são caros (mesmo os editores-leitores), e a Planeta Tangerina (PT) – a quem faço vénia – publicou no seu blogue um muito interessante e esclarecedor post sobre, no fundo, porque isso acontece em Portugal e a percentagem que cada parte envolvida na feitura de um livro arrecada para si. O link vai no fim deste meu post, até porque as professoras podem falar deste assunto aos seus alunos e aos pais que usam a desculpa do dinheiro para não comprarem livros aos filhos. Os Extraordinários, se lerem com atenção o artigo da PT, verão que um país pequeno está sempre mais sujeito a um preço mais alto do livro em virtude de as tiragens serem menores. Contudo, talvez fosse possível alterar um pouco as coisas. O Manel contou-me que uma vez, numa feira internacional, uma editora já não sei de que país (nórdico, provavelmente), achando diminuta a tiragem que ele lhe indicava como habitual em Portugal para um livro de venda média, lhe perguntou quantos exemplares de cada título as bibliotecas portuguesas lhe compravam (isto porque, no seu país, cerca de 3000 exemplares de todos os títulos publicados eram comprados pelas bibliotecas, não sei se pelo Governo, se pelas Câmaras Municipais). Ele respondeu que nenhum e que, por vezes, as bibliotecas ainda escreviam cartas a pedir livros às editoras… Bem, as coisas já não são exactamente assim, claro, mas, se as bibliotecas se abastecessem um pouco mais, mesmo seleccionando os títulos a comprar (evitando o lixo e adequando as compras ao público frequentador), isso não tornaria o livro mais barato?
http://planeta-tangerina.blogspot.pt/2018/03/para-onde-vai-o-dinheiro-quando.html?m=1