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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

05
Mai14

Lusofonia

Maria do Rosário Pedreira

Recentemente, ouvi Adriano Moreira elogiar a criação da CPLP e, porque sou tímida quando se trata de intervir em sessões com muito público, não tive coragem para lhe perguntar qual era agora a sua opinião sobre a entrada da Guiné Equatorial na dita comunidade (que eu saiba, lá não se fala português). Já me parece mais simpática a deliberação do Parlamento Galego para que a língua portuguesa seja introduzida no ensino com vista a estreitar laços com a lusofonia, uma vez que galegos e portugueses falam variantes muito próximas de uma mesma língua ancestral. A proposta, que visa introduzir de forma progressiva o estudo do português em todos os níveis de ensino, foi votada, de resto, favoravelmente por todos os partidos com assento parlamentar e terá nascido, o que é ainda mais interessante, no seio da sociedade civil, que conseguiu as assinaturas necessárias para levar o assunto ao Parlamento (deviam estar fartinhos de o castelhano estar a tornar-se a língua dos galegos mais novos, por causa da escola e da televisão). Curioso ainda é o facto de o domínio do português passar a ser tido em conta para a entrada na função pública na Galiza. Os galegos tomarão agora todas as medidas ao seu alcance para que as televisões e rádios portuguesas sejam vistas e ouvidas no seu território com o objectivo de formar os mais jovens (coitados, lá vão ter de levar com as terríveis novelas a toda a hora). É provável que estejam também a pensar nas vantagens da sua relação com o Brasil e Angola, mas lá que a Galiza é muito mais portuguesa que espanhola a falar, isso não se pode negar.

6 comentários

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    Artur Águas 05.05.2014

    Que bom ler galego neste blog !
    Há uma doçura na língua galega, e na sua sonoridade, que o português foi perdendo. Essa é que era a grande comunidade a criar: da Galiza ao Brasil, levando Portugal de caminho.
    Eu, vivendo no Porto e atravessando com frequência as pontes do rio Miño, sonho com uma nação do rio Douro até à Coruña.
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    Beatriz Santos 05.05.2014

    Quer, pois, a independência... Antes com os galegos que com o resto dos portugueses. Dá que pensar. Não sei se não é caso para rever critérios acerca das gentes do Porto. Não é. Uma andorinha não faz a Primavera.
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    Artur Águas 05.05.2014

    Não é antes, é primordialmente. Tanto galegos como nortenhos somos irmanados na desgraça: estamos longe demais de Madrid e Lisboa. Somos esquecidos. Ficamos em segundo lugar (este ano até em terceiro).
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    Paulo Oliveira 05.05.2014

    Artur, não se reduza esse sentimento ao Porto, se não resulta no mesmo centralismo. Eu, por exemplo, serei também uma espécie de galego latu senso - na minha zona há espigueiros desabados -, mas sinto-me tão longe, ou tão perto do Porto como de Lisboa. De todo o modo, longe da Corunha e de Madrid nem falo. E depois, a minha luta não é por um dos três lugares de toda a gente. Nos anos bons, como este, fico contente lá pelo oitavo ou nono.
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    Artur Águas 05.05.2014

    Excelente postura ! Tomara eu conseguir tanto distanciamento em relação à injustiça.
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