Mais Bolaño
O escritor chileno Roberto Bolaño morreu aos 50 anos, demasiado novo para tudo o que ainda nos poderia vir a dar. Mesmo assim, a sua obra não foi tão parca como isso (se pensarmos, sobretudo, no número de páginas de um livro como 2666…) e a editora Quetzal tem estado a traduzi-la e publicá-la em Portugal a um bom ritmo. Chamou, de resto, a 2017 o «Ano Bolaño» e, neste mês de Julho, acaba de brindar os leitores daquele que foi considerado o melhor escritor de língua espanhola da sua geração (e os que não o conhecem bem podem tornar-se seus leitores, nunca é tarde para isso) com um livro intitulado Putas Assassinas, um conjunto de ficções publicadas originalmente no ano 2001 (creio que é o último livro que Bolaño publicou em vida) que – e isto são claramente boas notícias – incluem algumas personagens que irão repetir-se em livros posteriores, nomeadamente, o Artur Belano do fabuloso Detectives Salvagens, romance do qual se prepara também para o final do ano uma nova tradução. Um livro de contos é uma boa maneira de conhecer um autor – e é uma excelente forma de confirmar o seu talento para quem já o leu em obras mais extensas. Portanto, do que está à espera? Bolaño merece.