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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

24
Out16

Miúdas versus Rapazes

Maria do Rosário Pedreira

Um dia, num belíssimo filme de James Ivory, ouvi Vanessa Redgrave (já não recordo o nome da sua personagem) dizer que, se as mulheres mandassem no mundo, haveria muito menos guerras porque elas não quereriam que os seus filhos combatessem e fossem mortos. Serão as mulheres diferentes dos homens a esse ponto? Não fui mãe, mas tenho sete sobrinhos, cinco dos quais são raparigas. Observando-os aos sete ao longo do tempo, sou obrigada a concluir que elas foram sempre mais desembaraçadas, mais desenrascadas, mais auto-suficientes, menos dependentes. Souberam inventar formas de fazer dinheiro para poderem viajar, distribuindo panfletos e sentando convidados VIP em estádios de futebol durante o Euro ou estacionando carros em eventos internacionais como o Open de Ténis do Estoril. Eram (e as mais pequenas serão ainda possivelmente) mais senhoras de si, mais autónomas, mais fura-vidas. Li que actualmente há mais mulheres do que homens a entrarem nas nossas universidades; e, quando dão notícias sobre equipas de pesquisa médica e científica por esse mundo fora que descobrem curas e fazem outras conquistas notáveis, não raro estão nelas várias mulheres. Também as estatísticas confirmam que Elas lêem muito mais do que Eles. Um dia destes, li até a estranha notícia de que no Reino Unido os pais gastam menos 25% em livros para os filhos do que para as filhas, porque os rapazes preferem outros brinquedos. Ora, se os rapazes deixarem de ler, cuidem-se: as raparigas vão mesmo tomar conta do mundo…

3 comentários

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    Anónimo 24.10.2016

    "Está visto que as raparigas são, em geral, mais desenrascadas, habituaram-se a conquistar a sua independência".
    Deveras? Imagino o que as 5 sobrinhas terão lutado por essa conquista.
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    Beatriz Santos 25.10.2016

    Não posso responder à sua questão. Acerca das ditas cinco meninas, nada sei. E é bem verdade que as lutas de uns não são as de outros. E que tendemos a pensar que as nossas próprias foram e são mais renhidas que as de outrem. Há muito ano, Miguel Esteves Cardoso escrevia num artigo que os homens pensam das suas mulheres que elas são umas leoas e todas as outras umas galinhas. Julgamos mal em causa própria. Apesar disto, todos concordamos: neste mundo, as mulheres tiveram e têm de lutar mais que os homens. E nem me refiro a conquistas e lutas por lugares ao sol onde o preconceito é, ainda, por demais evidente sobretudo em algumas profissões e cargos. Falo do quotidiano, para elas mais pesado. Ou seja, em geral, partem para a luta muito mais cansadas e em situação desigual. A igualdade de género é ainda uma extravagância adiada, assim a modos do que se usa numa doença terminal, vão-se dando uns paliativos, mas continua lá. E mata. Mas alguém disse que as atitudes e a mentalidade são do mais difícil de mudar. Pode que ainda venha a acontecer realmente.
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