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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

25
Mar15

O papel soma e segue

Maria do Rosário Pedreira

Leio na revista Time que no Reino Unido houve um aumento significativo da venda de livros em papel e que as vendas de livros electrónicos estão a baixar todos os meses, pondo até algumas livrarias que já se encontraram perto da falência a ponderar abrir novas lojas. Num jornal português que cita o Huffington Post, encontro outro artigo sobre o facto de haver razões de sobra para os livros em papel não acabarem, a primeira das quais – muito curiosa – é a de os jovens leitores acreditarem que a informação útil e verdadeira se encontra sobretudo fora da Internet... Mas há mais: os estudantes norte-americanos, por exemplo, não se importam de estudar disciplinas científicas em manuais digitais, mas preferem estudar por manuais em papel as chamadas Humanidades e, o que é mais giro, dizem que para livros que não são de estudo o papel fica a milhas do e-book, pois é difícil estabelecer uma relação emocional com os textos lidos num ecrã (e alegam que a compreensão dos mesmos é muito superior numa página física). Ainda por cima, parece que em Harvard se levou a cabo um estudo que prova que o e-book interfere no sono dos que lêem na cama (parece que a luz emitida por alguns dispositivos não ajuda) e que as famílias com filhos pequenos também preferem ler livros em papel quando o fazem em conjunto. Por isso, talvez Umberto Eco tenha tido razão ao dizer que os e-books não iam durar sempre – afinal, até os mais novos começam a preferir o velhinho papel.

5 comentários

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    Pedro A. Sande 25.03.2015

    Será a existência de dimensão? ;)
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    Beatriz Santos 25.03.2015

    Será. Também. Como alguém disse, este tema já correu aqui várias vezes; no papel escreve-se, sublinha-se, põem-se nódoas, deixam-se marcas nossas. O papel pode viver-se aos poucos, envelhecer connosco. Há livros que nos acompanham, folhas a descolar, amarelecidos...
    O tempo e o seu rasto fazem-nos falta. Se é a isto que chama dimensão, sim, falta corpo ao e-book, nele não há onde inscrever o desgaste - ou o ganho - do tempo com alguma substância.
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    Pedro A. Sande 25.03.2015

    Beatriz: dimensão e posse serão gémeos idênticos?
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    Beatriz Santos 28.03.2015

    Pedro, não sou uma caixinha de respostas. Na verdade sou bastante mais de perguntas.

    Pensando no que perguntou: eu diria que não são irmãos e nem gémeos. Que a dimensão, muito cartesianamente, é própria dos corpos. E condição da posse. Mas o verbo possuir só o admito em minha tia quando lamenta, "já possuí esta flor, mas agora já não possuo".

    Contudo, há bens que é bom e útil ter. O mundo das coisas é-nos necessário e dá-nos alguma segurança que algumas sejam nossas. É o que entendo. A riqueza que com eles possamos alcançar já me desinteressa.
    Apesar das palavras de Cristo serem para nos despreocuparmos:"Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros, e vosso Pai celestial as alimenta; não valeis vós muito mais do que elas? "
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