O papel soma e segue
Leio na revista Time que no Reino Unido houve um aumento significativo da venda de livros em papel e que as vendas de livros electrónicos estão a baixar todos os meses, pondo até algumas livrarias que já se encontraram perto da falência a ponderar abrir novas lojas. Num jornal português que cita o Huffington Post, encontro outro artigo sobre o facto de haver razões de sobra para os livros em papel não acabarem, a primeira das quais – muito curiosa – é a de os jovens leitores acreditarem que a informação útil e verdadeira se encontra sobretudo fora da Internet... Mas há mais: os estudantes norte-americanos, por exemplo, não se importam de estudar disciplinas científicas em manuais digitais, mas preferem estudar por manuais em papel as chamadas Humanidades e, o que é mais giro, dizem que para livros que não são de estudo o papel fica a milhas do e-book, pois é difícil estabelecer uma relação emocional com os textos lidos num ecrã (e alegam que a compreensão dos mesmos é muito superior numa página física). Ainda por cima, parece que em Harvard se levou a cabo um estudo que prova que o e-book interfere no sono dos que lêem na cama (parece que a luz emitida por alguns dispositivos não ajuda) e que as famílias com filhos pequenos também preferem ler livros em papel quando o fazem em conjunto. Por isso, talvez Umberto Eco tenha tido razão ao dizer que os e-books não iam durar sempre – afinal, até os mais novos começam a preferir o velhinho papel.