Obrigatório ver
Já só faltam quatro dias, mas, se vive ou estuda na cidade de Coimbra – ou relativamente perto – tem ainda até final do mês para ver a exposição Obrigatório não Ver no Círculo de Artes Plásticas, que revela obras inéditas da poetisa e artista plástica Ana Hatherly, recentemente falecida. A mostra, que tem como tema central a revolução de 1974 e o período que se lhe seguiu, inclui mais de quarenta exemplares do trabalho poético e visual da autora, abarcando vários períodos da sua carreira, desde os anos 1960 até ao século XXI. Desenhos em grafitti inéditos e pinturas em cartão, objectos provenientes das colecções da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, um avental assinado que a artista usou nas pinturas em spray e a sua máquina de escrever, documentam, entre outros, a centralidade da escrita na obra de Hatherly, poetisa experimental da terceira vanguarda do século XX que trabalhou também em cinema e teve um programa de televisão chamado Obrigatório não Ver (daí o título da exposição). O curador é Jorge Pais de Sousa.