Outra Amália
Mais logo, no Museu do Fado, será lançado o novo livro de Fernando Dacosta, jornalista que, inicialmente premiado por trabalhos de investigação (um dos quais sobre os retornados) e peças de teatro, acabou por se tornar ficcionista e usar grandes personalidades nas suas obras (entre elas, o doutor Salazar, sobre quem escreveu um romance e de quem organizou a fotobiografia). As mulheres estão também presentes nos seus livros – e um dos mais recentes, O Botequim da Liberdade, centra-se na figura de Natália Correia, tomando o título de um bar que a poetisa tinha no bairro da Graça. Fico agora muito curiosa com este Amália – Uma Ressurreição que vai ser apresentado hoje às 19h00 numa espécie tertúlia; e fico curiosa porque, tendo lido muito sobre a fadista, até por razões profissionais (escrevi há uns anos a sua biografia para crianças), nunca pus os olhos em nenhum trabalho de ficção digno a seu respeito (não digo que não haja, mas que me passou despercebido); além disso, sei que este romance não será propriamente um espectáculo de La Féria posto por escrito, mas algo certamente mais profundo, ou polémico, até por causa desse «Uma Ressurreição» que acompanha o nome de Amália no título e que preciso de perceber o que quer dizer. Se descobrirem antes de mim, avisem-me.