Para arquivo
Ui, já há muito que não me desloco com autores a essa livraria de Leiria que eu adoro, a Arquivo - e nem sei bem explicar porquê, mas talvez porque a maioria dos livros que publiquei este ano eram de autores que, na verdade, já alguma vez lá tinham estado, sozinhos ou acompanhados. O que é certo é que temos lá uma sessão marcada para hoje à tarde à roda de Os Loucos da Rua Mazur, o romance de João Pinto Coelho que venceu a mais recente edição do Prémio LeYa, e eu espero reencontrar muitos dos leitores que costumo ver pela Arquivo e com quem me habituei a ir pondo a conversa em dia de tantos em tantos meses. E bem assim a Susana Neves, que organiza estas sessões e sucedeu à Paulinha, que foi a minha anfitriã muitos anos. O livro, desde que saiu, já gerou uma polémica na Polónia, onde os jornais de extrema-direita ficaram muito zangados porque o episódio central de Os Loucos da Rua Mazur é um trágico incidente verdadeiro causado por católicos polacos durante a ocupação nazi. Mas a tentativa de branquear os factos não faz qualquer sentido, até porque anteriores presidentes da Polónia já pediram desculpa pelo sucedido. Além disso, estamos a falar de ficção, o que permitiria (embora não seja o caso) inventar uma história que nem sequer se tivesse passado. No entanto, passou-se e nós vamos também passar por Leiria mais logo para falar dela, esperando que, estando lá perto, nos possa vir fazer companhia.