Pensamento emocional
«O dia não corre melhor se, antes de sairmos de casa, alguém nos disser umas palavras simpáticas?» Era assim que começava uma pequenina coluna do jornal Público a propósito de um encontro sobre «pensamento emocional» e a importância de trabalhar as emoções com os alunos, especialmente se oriundos de meios desfavorecidos e violentos, antes de tentar o evidentemente difícil sucesso escolar. Os professores de algumas escolas reuniram-se para trocarem ideias sobre a matéria, e uma das intervenientes – professora num agrupamento em TEIP (ou seja, Território Educativo de Intervenção Prioritária – as coisas que eu aprendo) – explica que trabalha com pessoas excepcionais e que numa escola problemática o campeão de kickboxing, filho de uma cigana e de um negro, Miguel Reis, dá aulas à miudagem e ensina a trabalhar as emoções de forma física (provavelmente, a libertar a agressividade desportivamente, e não em cima do colega do lado). Não conheço os resultados práticos deste trabalho, mas parece-me que, se as pessoas estiverem de facto mais contentes consigo mesmas, terão mais sucesso, na escola e no trabalho. Não devia era ser preciso debater isto, mas, enfim, sabemos como os problemas de indisciplina se têm multiplicado nas escolas e, por isso, não deve ser fácil aos professores e auxiliares educativos andarem a fazer elogios a alunos que, provavelmente, preferiam ver pelas costas. Mesmo assim, é bom termos isto sempre presente: uma palavrinha simpática para o outro todos os dias vai fazer dele uma pessoa melhor. E de nós também.