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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

30
Jul14

Uma capital para a literatura

Maria do Rosário Pedreira

Aqui há uns meses um grupo de escritores de nomeada provindos de países e continentes vários assinou um manifesto inovador, propondo a criação de uma Cidade Internacional da Literatura. Entre os signatários do documento encontram-se autores tão diferentes como Paul Auster, Pierre Michon, Javier Cercas, Alberto Manguel ou Peter Esterházy – e a ideia, ao que parece, não caiu em saco roto, parecendo até que a França apanhou a bola e quer, decididamente, marcar. É verdade que o país tem bons motivos para se considerar literário: não só pela sua história (tantos grandes autores, caramba!) e por publicar anualmente um número impressionante de obras literárias (basta ver a quantidade de novos romances que saem na rentrée – e não estou a falar de falsa literatura), mas também porque tem uma quantidade incrível de livrarias independentes e livreiros empenhados, que lêem os livros e não raro colocam na montra as suas opiniões junto dos títulos que apreciaram, num diálogo franco com os leitores. Além disso, a França possui já cidades da música, da arquitectura, da BD e do Design, fazendo-lhe falta uma cidade da literatura; outros países e cidades, como a Itália e a Alemanha, têm, por exemplo, casas da literatura que dinamizam o encontro entre público e escritores, pelo que talvez fosse redundante tornarem-se capitais literárias. Mas o objectivo agora não é apenas a promoção de autores e livros, é, sim, a criação de um espaço internacional partilhado para o debate de ideias, uma plataforma de encontro e trabalho que resulte em acções em defesa do património literário e da forma de consciencializar todos do valor que os livros nos trazem. E, se A França se põe a jeito e diz que Paris bem merece tornar-se capital da literatura, quem sou eu para dizer que devia ser noutro lado?

5 comentários

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    Joaquim Jordão 30.07.2014

    Pois deixe-me dizer-lhe que Amarante, não sendo uma “grande cidade portuguesa”, está a preparar as coisas para apostar nas residências artísticas, não apenas literárias, mas também.
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    António Luiz Pacheco 30.07.2014

    Ah! O Minho... sim, berço de criação literária e que a meu ver a potencia pela suavidade serena da paisagem, frescura, cores e sombras, do viço e dos sons!

    Que uma costela mendinha assada no forno com arroz de aparar o pingo e um verdasco potenciam ainda!

    Saudações saudosas de uma Cabinda verde e pujante, mas sem costela ... tenho de me ficar pela chicoanga!
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    Joaquim Jordão 30.07.2014

    Ó Pacheco, estamos a falar de “residências” para vir para aqui trabalhar, criar, produzir – não é para vir para aqui enfardar e depois passar o tempo refastelado, a dormir a sesta e fazer a digestão...
    ... Bem, quer dizer... Pronto, admito que, uma vez por outra, vá lá: – um cabritinho assado no forno de lenha, ou, aí por Fevereiro, uma lampreiazinha à maneira...
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    António Luiz Pacheco 30.07.2014

    Hum... realmente, o escritor cria melhor com a barriga vazia e o espectro da indigência pirando sobre si?
    Ou, beatíficamente de papo cheio e para o ar?

    Ahahah! Eu penso que discorrer de barriga aconchegada pode conduzir a literatura mais positiva e benévola!

    O Minho produzirá assim escritores anafados, rechonchudos com idéias redondas e coloridas, quais vates da alegria benfazeja que inspirem nos leitores sensações puras e sãs de prazer, por oposição aos hirsutos, circunspectos e olheirentos autores das obras depressivas tão em voga, a quem aconselho antes retiros nas tascas nebulosas de fumos e escuridão do Bairro Alto, como góticos morcegos alcandorados nas naves frias de um convento memorial qualquer, donde possam olhar para os seus umbigos e espalhar o azedume dos estômagos mal confortados!

    Não... coração, cabeça e estômago!
    É a receita que se recomenda, que as Tomázias substituam no Minho as Tágides... não confundir com a nossa Extraordinária Tomazzi! Eheheh!

    Saudações inspiradas de Cabinda!

    PS- Não resisto a contar que hoje ia grossa confusão lá na Agrizau! Cada trepeiro (homem que sobe na palmeira e corta o dendê) tem uma senhora que o apoia e recolhe o cacho. Pois parece que no meio da mata e no calor e humidade férteis, começaram a se agarrar... sobretudo o Bodiquiela e a D. Paulina. A D. Paulina esteve fora, e quando voltou quis recuperar o seu trepeiro, que recebera como substituta a D. Maria Nhangi... mas não aconteceu, e ela foi espreitá-los e viu-os a se agarrarem! Confusão matinal hoje, na hora de saírem as equipas, com as duas senhoras (que aliás são casadas) a se acusarem e a discutir! Um dos argumentos de peso que mais aprecio é quando se acusam: "Você é muito confusionista!" ... Quem precisa de telenovela?
    Ahahah!
    Mas tomei a decisão salomónica de mandar que se acabaram os pares... cada trepeiro tem o apoio de uma senhora mas estas passam a rodar, assim das duas uma: - Ou se evita que se agarrem, ou têm de se agarrar todos!
    Bem dizem os franceses: "Quel bordel!".

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