100 anos
Falei-vos há tempos do centenário de Vergílio Ferreira. Mas comemora-se este ano o centenário do nascimento de um outro escritor, Mário Dionísio, que também foi artista plástico e professor na Faculdade de Letras (se não me engano, dava aulas de Técnicas da Expressão do Português quando tirei o curso, e os alunos tinham-lhe muito respeitinho). Foi, aliás, nesta Faculdade – e igualmente na Casa da Achada (onde funciona o Centro Mário Dionísio) e ainda no Museu do Neo-Realismo – que recentemente se realizou um congresso dedicado a este autor, um dos mais importantes e polémicos teóricos do movimento neo-realista. A sua Poesia Completa foi recentemente publicada pela Imprensa Nacional num só volume com cerca de 500 páginas e uma introdução do encenador Jorge da Silva Melo; e o seu espólio, devidamente tratado e catalogado, pode ser encontrado e consultado na Casa da Achada, ali à Mouraria, que hoje é um lugar de culto dirigido por Eduarda Dionísio, sua filha e também escritora. Num tempo em que «quem não aparece esquece», a efeméride é um bom pretexto para visitar ou revisitar a obra de Dionísio.