100 anos de Ruben A.
Este ano comemora-se o centenário de um escritor de quem, infelizmente, já quase não se ouvia falar: Ruben A. (este A. é de Andresen, pois era primo de Sophia, embora também pudesse ser de Alfredo, o seu segundo nome próprio). Embora nascido em Lisboa, passou uma parte significativa da juventude no Porto e diz quem sabe que é um dos «Meninos de Ouro» do romance homónimo de Agustina. Muitos anos depois de ter tirado o curso de Histórico-Filosóficas em Coimbra e de ter já obra publicada, nomeadamente os diários, foi leitor no King's College de Londres, donde Salazar o tentou tirar, alegando que uma pessoa com as suas ideias e que escrevia como escrevia (moderno, pois claro) não podia estar a ensinar português. Voltou a Portugal e também passou pela edição, tendo ocupado um cargo na administração da Imprensa Nacional, e morreu cedo, com 55 anos. Ruben A. tem uma obra extensa, variada e pouco conhecida, toda ela, creio, publicada pela editora Assírio e Alvim, que vai lançar na rentrée e num só volume a sua autobiografia, O Mundo à minha procura. Para quem queira tomar o pulso a este escritor, recomendo a edição na colecção Miniatura da Livros do Brasil do seu A Torre de Barbela, que foi talvez o livro que o celebrizou.
P. S. Peço a quem anda zangado com a língua portuguesa e com mais alguém que aqui vem ler os meus posts que não se sirva deste blog para isso. Compreendemos que nesta fase todos andem um pouco alterados, mas este não é o lugar mais apropriado para ajustar contas. Tenho apagado os comentários quando os vejo, porque avisei que o faria, mas dá trabalho e não é justo quando o problema não foi criado por mim. Espero não ter de pedir à SAPO o bloqueio do Anónimo em causa e que ele (ela) venha ler-me mas não agredir ninguém. Obrigada.