A minha irmã, que foi sempre a mais original no contexto familiar, conheceu de perto a mulher de Arnaldo de Matos na escola secundária e tornou-se simpatizante do MRPP, obrigando até a minha mãe a acompanhá-la em actividades da Associação de Amizade Portugal-China. Na altura, eu era demasiado miúda para perceber fosse o que fosse dessa espécie de militância, mas agora posso vingar-me da ignorância lendo uma obra de Miguel Cardina intitulada Margem de Certa Maneira – O Maoismo em Portugal de 1964-1974, dada recentemente à estampa pela Tinta-da-China. Trata-se de um estudo que ainda não tinha sido feito sobre os movimentos de extrema-esquerda de inspiração maoísta nos dez anos que antecederam o 25 de Abril, movimentos que foram muito críticos em relação às acções do Partido Comunista (ou à falta delas), ao colonialismo, à guerra em África (apelando à deserção) e ao capitalismo. Nascidos no meio estudantil, mas estendendo-se mais tarde a alguns sectores do proletariado, estes grupos constituíram uma oposição diferente e fizeram nascer para a política muitas figuras conhecidas que aí iniciaram o seu percurso.
Talvez... os "Contos do Gin Tónico..", foi um livro de culto, julgo eu? Se calhar ainda é! Mas já ninguém se lembra, tal como do "Pão Com Manteiga" . Depois saiu na versão papel numa revista... mas acho que não era tão engraçado.
Sim, os contos e depois os novos contos, embora com um bocadito menos de piada. O Pão com manteiga ainda tenho cá por casa algumas revistas. Mas a piada estava sobretudo nos diálogos ou monólogos na rádio. De facto a revista saiu um pouco fraquita e com muitos erros (gralhas) ortográficos. A quantidade é tanta que nem revisor deveria haver.
Quem diria o que um dia ainda iria acontecer ... falo do Carlos Cruz!
Do Mário Henrique Leiria nunca mais ouvi falar... tal como Diniz Machado e outros nomes que terão caído no esquecimento... o Mário Zambujal ainda vai aparecendo na Epicur e outras revistas.
O Mário Henrique Leiria e o Dinis Machado têm razões de peso para o não aparecimento. O primeiro faleceu em 1980 e o segundo, mais recentemente, em 2008.
Meu caro João Raposo, creio que não me entendeu... terem falecido é motivo óbvio para desaparecimento, mas não para que se deixe de falar neles, sobretudo como pessoas que marcaram ou deixaram algo, como foi o caso.