Livro-escaldão
Começo pela história de um escaldão por causa de um livro lido há muitos anos e que, se não está disponível no mercado, devia estar, pois não se devem privar os leitores de uma obra que, sendo autobiográfica, é da mais delirante ficção. Talvez não seja, convém dizer, o melhor livro do autor, mas nenhuma outra obra sua me deixou a esturricar ao sol do Verão durante 173 páginas ininterruptas, com as sequelas daí decorrentes. Trata-se de A Tia Júlia e o Escrevedor, de Mario Vargas Llosa, e alterna a história do seu casamento com uma ex-tia por afinidade com as rádio-novelas de Pedro Camacho, seu colega e confidente nas coisas do amor e personagem inesquecível que, se não existiu, só podia mesmo ter sido inventado pelo escritor peruano. A ler, portanto, faça o tempo que fizer. (Na praia, recomenda-se o uso de protector solar de ecrã total.)