Ser escritor
Quem esteve nas Correntes d’Escritas no dia da abertura – eu, infelizmente, só pude ir na sexta de manhã, perdendo toda a programação de quinta-feira – diz que a intervenção inaugural de D. Manuel Clemente foi notável; e que a ela se seguiu a sessão de homenagem ao escritor brasileiro galardoado com o Prémio Camões, Rubem Fonseca, que pelos vistos não lhe ficou atrás. Este último, que, como já aqui referi, não vai já a lado nenhum e não dá entrevistas (mas as Correntes, enfim, são uma excepção compreensível), é uma pessoa deliciosa ao lado de quem tive a sorte de almoçar num dos dias do encontro e que me disse para eu tomar conta do Manel, porque ele estava sempre a fumar. No dia da homenagem, segundo me contaram, subiu ao palco e fez sucesso com os cinco requisitos que, segundo ele, um verdadeiro escritor tem de ter. Para quem lá não estava, reproduzo aqui: 1) Ser louco; 2) Ser letrado (mas não demasiado); 3) Estar motivado; 4) Ser imaginativo; 5) Ser paciente. Acredito que, sem isto, não haja, de facto, escritor, mas chegará?