Por ocasião da publicação de dois livros de ensaio – Nova Teoria do Mal, de Miguel Real (Dom Quixote), e Representações da Portugalidade, organizado por André Barata, António Santos Pereira e José Ricardo Carvalheiro (Caminho)–, está marcada para amanhã às 18h30 uma conversa com a presença de André Barata e Miguel Real na FNAC do Colombo. Mas não será uma mera apresentação de livros, esperando-se que o público interpele os autores sobre o que os moveu para a escrita e edição das respectivas obras num momento especialmente ingrato para o País, em que se torna importante assacar responsabilidades pelo estado em que nos encontramos, sejam elas alheias à nossa singularidade enquanto povo, sejam elas fruto de marcas vincadamente portuguesas, porque, como se diz em Representações da Portugalidade, “a identidade não tem a ver apenas com o que somos, mas também com o que queremos fazer com aquilo de que dispomos”. Apareçam.
3 comentários
Cláudia 02.04.2012
De Rui A forma: "Eu não tenho nada a ver com isso.", também não é a mais correcta. A forma mais correcta seria "Eu não tenho nada que ver com isso.". Apesar de a primeira ser muito utilizada, e tida como correcta, trata-se dum galicismo retirado do francês, logo é preferível usar a segunda. Cumprimentos
De Miles Teg Infelizmente tem-se perdido a função do haver com o significado de propriedade, relação imediata. Ofereço assim este pequeno ensaio para análise e crítica.
Ter haver - relação (propriedade) directa e imediata. Ter a ver - relação a se verificar, não imediata.
Exemplos: Se Fulano percebe a diferença ele tem haver com a gramática.
Se Fulano não percebe a diferença ele tem a ver com a gramática; realmente.
Note-se que a relação directa e imediata não pode ser quebrada, assim:
"Fulano tem tudo haver com Sicrano" - é incorreto. a relação não é mais entre os sujeitos. O certo nesse caso seria de facto:
"Fulano tem tudo a ver com Sicrano" - mas ainda assim é uma incorreção contextual se tomado como relação imediata, já existente (verifiquem por si mesmos como Fulano tem um longo caminho até se identificar com Sicrano). E a forma correta é então:
"Fulano tem todo haver com Sicrano". Indicando essa relação de identidade imediata e directa, de propriedade(s) compartilhada(s). O uso do superlativo não quebra a proximidade dos sujeitos.
Perdoem possiveis eventuais diferenças na estrutura gramatical e ortografia devidas a diferenças nacionais.