Meter o nariz onde se é chamado
Uma das desvantagens de se ser editor é já não se poder entrar numa livraria sem essa preocupação de fazer vistorias: o primeiro passo é verificar se os livros que publicámos estão lá e, no caso de estarem (o que não é garantido), se a sua exposição é a mais conveniente (numa prateleira é muito pior do que num montinho sobre a mesa; e o melhor de tudo é estar em lugar de destaque, na montra ou num expositor em escadinha, que é onde costumam ficar as novidades). Só depois podemos, como se costuma dizer, partir para outra. É também por isso que é tão bom ir à feira do livro, na qual cada editor tem os seus pavilhões próprios. Aí, podemos andar à vontade a folhear e a cheirar livros, sem sentirmos que estamos a trabalhar. Além disso, os preços são mais acessíveis e existe algum fundo de catálogo exposto – o que nas livrarias começa a ser raro – e frequentemente em saldo. A Feira do Livro de Lisboa abre já amanhã e, apesar de ter de lá passar os fins-de-semana em sessões de autógrafos com os autores – noblesse oblige –, sobra sempre um tempinho para meter o nariz onde se é chamado. A feira fica aberta até dia 13 de Maio.