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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

16
Abr12

Boutique

Maria do Rosário Pedreira

Quase todos os grandes grupos editoriais em todo o mundo acabam por adquirir ou criar de raiz uma editora de prestígio a que alguns entendidos já chamaram editoras-boutiques. A Porto Editora comprou recentemente a Assírio e Alvim, e a Random House, nos Estados Unidos, tem uma pequena chancela literária chamada Nan Talese. Na LeYa, sempre existiu a Teorema, que tinha essa patine de editora de vanguarda dada por quem a fundou e sobretudo quem a geriu por mais de vinte e cinco anos. Mas, depois da saída de Carlos da Veiga Ferreira e, a seguir, de José Oliveira, não sabíamos bem o que iria acontecer à boutique. Foi, porém, decidido reunir esforços e fazer uma espécie de regresso às origens. Assim, manter-se-ão autores clássicos-modernos como Nabokov ou Primo Levi e autores de ruptura como Bret Easton Ellis e Jay McInerney, mas juntar-se-lhes-ão os novos portugueses e os novos estrangeiros literários, que alimentarão um catálogo que promete ser de qualidade. Os primeiros títulos a publicar, no final deste mês, serão O Intrínseco de Manolo, de João Rebocho Pais, e Longe da Terra, de Rebecca Makkay. Para o mês que vem há mais – devagarinho, claro, que a marca pede ponderação e cautela.

6 comentários

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    António Luiz Pacheco 16.04.2012

    Minha Cara e Extraordinária Amiga:

    No Mundo actual, economicista, moderno, atrevo-me a pensar que sim, os livros são um mero artigo, produto de uma indústria!

    Se isso a consola, para mim não são!

    Mas, lembre-se que para os termos, precisamos dessa indústria. Aí reside o busílis...
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    Maria Almira Soares 16.04.2012

    Continuo a pensar que, quando se trata uma coisa como sendo o que não é, mais cedo ou mais tarde, dá mau resultado, gera demasiados equívocos.
    É que a questão não é o livro, para mim ou para si, ser ou deixar de ser isto ou aquilo. A questão é que o consumo do livro, chamemos-lhe assim, ou seja, a leitura, não é mesmo uma coisa meramente instrumental.
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    António Luiz Pacheco 16.04.2012

    A leitura não é instrumental... creio que acaba por ser (aliás como tudo).

    Repare:
    A Inquisição e os regimes totalitários (tanto à esquerda como à direita) censuravam os livros e até proibiram bastantes.
    A leitura é um veículo de idéias , logo pelos livros se instrumentalizam pessoas, e os próprios livros serão instrumentalizados nesse sentido.
    Certas leituras são moda... sejam os autores ou os temas, os assuntos.

    Agora tudo depende de facto de como se quer ver o livro, para mim e para si o livro é aquilo que bem sabemos... para algum escritor de profissão ou editor, livreiro, comercial, pode ser uma outra coisa, um artigo ou produto.
    E a partir do momento em que o livro gera valor e é transaccionável... corre sempre esse risco!

    É inevitável... pois se até as perdizes!

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    Maria Almira Soares 16.04.2012

    A questão não é a transacção, mas os termos em que é pensada.

    Gosto da comparação com a perdiz, porque evidencia uma relação de gosto e não de serventia.





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    António Luiz Pacheco 17.04.2012

    Compreendo onde quer chegar... mas penso também que a forma de pensar a transacção, até nos livros está... corrompida ou mesmo, porque não, prostituída. Parece que há um movimento nesse sentido. Conseguiremos sustê-lo?
    Ou seremos nós que estamos obsoletos?
    Eu por mim tenciono viver no campo até ao fim, continuar a perseguir perdizes e a assistir às corridas de toiros... como a ouvir jazz e fado, apreciar Roque Gameiro, Malhoa e Silva Porto, a beber vinho, e claro a ler o mais que possa!
    Um dia, quando a ordem nova imperar, serei levado ao Campo Pequeno e abatido?
    Julgo que não viverei para morrer nesse dia...

    Uma boa noite para si!
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