Boutique
Quase todos os grandes grupos editoriais em todo o mundo acabam por adquirir ou criar de raiz uma editora de prestígio a que alguns entendidos já chamaram editoras-boutiques. A Porto Editora comprou recentemente a Assírio e Alvim, e a Random House, nos Estados Unidos, tem uma pequena chancela literária chamada Nan Talese. Na LeYa, sempre existiu a Teorema, que tinha essa patine de editora de vanguarda dada por quem a fundou e sobretudo quem a geriu por mais de vinte e cinco anos. Mas, depois da saída de Carlos da Veiga Ferreira e, a seguir, de José Oliveira, não sabíamos bem o que iria acontecer à boutique. Foi, porém, decidido reunir esforços e fazer uma espécie de regresso às origens. Assim, manter-se-ão autores clássicos-modernos como Nabokov ou Primo Levi e autores de ruptura como Bret Easton Ellis e Jay McInerney, mas juntar-se-lhes-ão os novos portugueses e os novos estrangeiros literários, que alimentarão um catálogo que promete ser de qualidade. Os primeiros títulos a publicar, no final deste mês, serão O Intrínseco de Manolo, de João Rebocho Pais, e Longe da Terra, de Rebecca Makkay. Para o mês que vem há mais – devagarinho, claro, que a marca pede ponderação e cautela.