Portugueses em alta
Embora os Portugueses se auto-menosprezem e achem que tudo o que vem de fora é que é bom (não todos, claro, mas mesmo assim bastantes), não somos menos do que ninguém – e estou muito feliz por saber que a nossa literatura soma e segue. Há pouco tempo, fui brindada com a bela notícia de que a tradução francesa de O Bom Inverno está na lista de finalistas do Prémio Europeu de Literatura (que já foi ganho há uns anos por Dulce Maria Cardoso com Os Meus Sentimentos); e, uns quinze dias depois, leio com alegria que Lobo Antunes e Gonçalo M. Tavares são ambos finalistas do Médicis em França, que premeia o melhor romance estrangeiro (respectivamente pelas obras O Arquipélago da Insónia e Viagem à Índia) e cujo vencedor será anunciado já em Novembro. Mas não é tudo: o romance de Lobo Antunes repete a proeza na longlist do Fémina, prémio atribuído por um júri exclusivamente feminino a uma obra de ficção, para o qual concorre na mesmíssima posição a tradução francesa de Livro, de José Luís Peixoto, que, entre outras coisas, fala da emigração portuguesa em França. E, como se não bastasse, o romance A Máquina de Fazer Espanhóis, de Valter Hugo Mãe, é finalista do PT no Brasil. Com tanta coisa que há para lamentar, pelo menos em termos da nossa produção literária temos muitas razões para andarmos satisfeitos.