Contos, naturalmente
Num artigo publicado há mais ou menos um ano no suplemento «Babelia» do jornal espanhol El País, alguém elegia os «maiores» autores latino-americanos de sempre e, curiosamente (pelo menos para mim), o mexicano Carlos Fuentes aparecia antes de Vargas Llosa ou García Márquez, que arrecadaram o Nobel da Literatura. Fuentes, falecido em Maio deste ano, estreou-se na literatura com um livro de contos, em 1954, intitulado Los Días Enmascarados, e a sua obra posterior revelou-o como um mestre do género. Em 2008, para celebrar o 50.º aniversário da sua obra mais célebre (A Região mais Transparente), a sua editora resolveu compilar em dois volumes uma selecção dos seus melhores contos, seis dos quais estão reunidos agora em Contos Naturais, volume que, a par de Contos Sobrenaturais (ainda não lançado em Portugal, mas no prelo), inclui histórias sobre os seus temas dominantes: a crítica ao falso moralismo, as desilusões da revolução mexicana, a sátira às famílias ricas. Para quem gosta de contos, uma excelente leitura.