Concorrentes
Há muita gente que gosta de brincar, dizendo que sou casada com a concorrência. Grosso modo, é verdade – o Manel e eu trabalhamos nos dois maiores grupos editoriais portugueses. Contudo, porque não nos dedicamos exactamente às mesmas áreas (eu faço sobretudo autores portugueses de ficção, ele faz sobretudo estrangeiros e também publica não-ficção), nunca o vi como um concorrente directo – nem me lembro de termos andado ambos atrás do mesmo livro ou autor nos últimos cinco anos. Mas esta história da concorrência tem hoje aqui um propósito distinto: é que, recentemente, descobri que tenho dois autores concorrendo como finalistas ao mesmo prémio: João Tordo com Anatomia dos Mártires e Ana Cristina Silva com Cartas Vermelhas (não posso, por isso, fazer claque por nenhum deles, o que é uma chatice). Por outro lado, a esse mesmo galardão – o Prémio Fernando Namora – concorrem ainda mais dois livros aqui da casa, ambos da Dom Quixote (um de Lídia Jorge, A Noite das Mulheres Cantoras, e o outro de Paulo Castilho, Domínio Público), o que, de certa forma, me torna «concorrente» das minhas colegas editoras, não podendo desta feita torcer por elas. Isto da concorrência tem muito que se lhe diga…