Estavas linda, Inês, posta em sossego
Sim, foi mais ou menos como no poema. Estava eu posta em sossego – se é que alguma vez consigo sossegar no meio desta crise e com o stress que carrego há anos – quando tocou o telefone. Devo desde já avisar que este post é muito egocêntrico e que, se não quiserem assistir à minha vaidade, podem parar já de o ler e regressar amanhã para algo mais interessante. Mas, como ia dizendo, tocou o telefone – e, por acaso, umas horas antes, uma alma misteriosa viera dizer-me que tinha dado nessa manhã o meu número a uma pessoa, que não podia dizer porquê, mas que era imperioso que eu atendesse as chamadas, ainda que não identificasse quem estivesse a ligar. Não percebi grande coisa, mas estava com muito trabalho e só voltei a lembrar-me do recado quando ouvi a campainha e nenhum nome apareceu a piscar no pequeno ecrã. Pois bem, a notícia era boa: o meu último livro de poesia ganhara o prémio literário da Fundação Inês de Castro – e por unanimidade!, o que dá alguma segurança. O júri, composto por nomes de peso – Fernando Guimarães, Frederico Lourenço, José Carlos Seabra Pereira, Mário Cláudio e Pedro Mexia – parece ter engraçado com A Ideia do Fim e achado que a sua temática era suficientemente inesiana para merecer o galardão. Uma coisa boa, para variar, num ano triste como este – e a reedição da Poesia Reunida já está a caminho!
P.S. Desculpem-me aqueles que já me deram os parabéns, mas, assim que soube do prémio, escrevi o que vai acima e achei que não devia desperdiçar...