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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

15
Fev13

Livros com bichos

Maria do Rosário Pedreira

Todas as crianças gostam de ler livros com bichos, é um facto. E não falo apenas de fábulas, mas de histórias que, no fundo, são sobre pessoas que tomam o corpo de ursos, patos, cães e gatos, representando o papel de pais e filhos humanos na perfeição. Mas não são esses que hoje contemplo neste post; falo – isso, sim – de obras maiores que, mesmo usando os animais como personagens, são alegorias das sociedades humanas e só podem ser inteiramente entendidas por adultos ou, vá lá, adolescentes mais ou menos despertos para o real. O Triunfo dos Porcos, de George Orwell, é o melhor exemplo que conheço, e tenho a certeza de que todos os leitores deste blogue sabem do que se trata, pelo que não me alongarei com explicações desnecessárias. Porém, publiquei há uns anos uma trilogia intitulada As Crónicas do Corvo (A Revolta; A Peste; O Julgamento), de Clem Martini (se não me engano, um autor canadiano), que era verdadeiramente aliciante para leitores novos e velhos e passou, ao que sei, bastante despercebida. Tomando bandos de corvos inimigos (as gralhas também ajudam) e descrevendo as migrações forçadas e os regressos à pátria, as revoltas e a luta pelo poder, as questões morais e a crise de valores, estes três livrinhos revolucionários valem muito a pena e podem até ser vistos como uma introdução à política para os adolescentes. Na minha juventude, a obra deste tipo que mais se lia era o mais xaroposo Fernão Capelo Gaivota, de Richard Bach, cujo sucesso mundial justificou inclusivamente uma adaptação cinematográfica com banda sonora de Neil Diamond. Tudo livros que falam das coisas sérias dos homens vestidos com pele de bichos.

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