Queridas Correntes
Tenho todas as razões e mais uma para adorar as Correntes d’Escritas, encontro de escritores de expressão ibérica que se realiza anualmente na Póvoa de Varzim desde 2000 – e essa «mais uma» é porque foi lá que o Manel e eu decidimos que queríamos passar mais tempo juntos (e, até hoje, é como estamos). A organização é inexcedível (também em mimo e afecto) e o ambiente, por isso, único (nunca lá assisti a invejas ou ciumeira, o que seria natural com tanto escritor presente). Este ano, o primeiro acto cabe a João Lobo Antunes, que falará logo a seguir ao almoço das suas ligações aos livros, depois de termos sabido, ao fim da manhã, quem arrecadou, entre os poetas nomeados, o Prémio Literário Correntes d’Escritas-Casino da Póvoa e de nos ter sido oferecido um exemplar da revista das Correntes, dedicada desta feita a Urbano Tavares Rodrigues. Estarão no certame muitos autores para debates e mesas-redondas (eu entre eles) e, como já vai sendo costume, prestar-se-á homenagem a dois escritores entretanto desaparecidos (o brasileiro Lêdo Ivo e o português Manuel António Pina) e entregar-se-ão os prémios de edição dos Booktailors. Acaba sempre a correr, e este ano – por causa dos orçamentos – terá menos um dia e por isso saberá a pouco. Mas é tão bom que alguns municípios ainda gastem as suas verbas em cultura que não nos podemos queixar...
P.S. Amanhã não vai haver post, desculpem – mas tenho de me preparar para a minha mesa, que será à noite. Até segunda.