Dia da Poesia
Hoje é Dia da Poesia em Portugal e, por esse País fora, multiplicam-se as sessões de leitura poética com presença de autores ou dedicadas a poetas já desaparecidos. Dedico também hoje, por isso, o meu post a livros de poesia recentemente postos a circular nas nossas livrarias. O primeiro é uma reedição de O Problema da Habitação, de Ruy Belo, originalmente publicado em 1962 e agora prefaciado pelo também poeta (e professor universitário) Fernando Pinto do Amaral, que o considera um dos mais marcantes do autor, no qual se responde, numa dezena de textos (sete longos e três mais curtos), à interrogação sobre o papel que o homem desempenha neste mundo. O segundo é uma novidade. Trata-se de Fogo, o mais recente livro de poemas de Gastão Cruz, cujo texto inicial aqui reproduzo. Para festejar.
Há dias em que em ti talvez não pense
a morte mata um pouco a memória dos vivos
é todavia claro e fotográfico o teu rosto
caído não na terra mas no fogo
e se houver dia em que não pense em ti
estarei contigo dentro do vazio