Letras e Números
Vim a Lisboa no meio de Agosto para acabar coisas urgentes e parto de novo dentro de dias para terminar as minhas férias de Verão. Férias, para quem trabalha fundamentalmente a ler, talvez devesse querer dizer descansar da leitura. Porém, nada mais falso. Além dos jornais diários – mais folheados do que lidos, é certo (até porque na silly season, descontando os incêndios e as intrigas à volta de uma mulher morta no Brasil, os jornais não trazem nada que se leia) – reparei, no regresso, que tinha lido mais de mil páginas. E nem se pense que deixei de apanhar sol, tomar banhos de piscina, passear ou faltar a encontros com amigos por causa disso. Se considerarmos as estatísticas, a média é seguramente muito boa, mas a verdade é que não estou satisfeita. E porquê? Ora, porque foram apenas três romances (um ainda não publicado) e há tantos outros na fila, aguardando, que não sei quando poderei ler... Em todo o caso, isto fez-me pensar no número de livros que leio anualmente e que, entre originais e obras editadas, devem somar milhares de páginas. Será que desequilibro as estatísticas da leitura ou, pelo contrário, ajudo a compô-las? No fim do mês, talvez já tenha resposta para isto (e, quem sabe, mais um romance lido).