Ler a norte
No Dia Mundial do Livro houve um sem-número de actividades levadas a cabo por várias entidades ligadas à cultura. Fez-se muito, mas a verdade é que os comentários muitas vezes referiam que não se saiu de Lisboa e que o resto do País também merecia. Com toda a razão. Mais ainda quando se sabe que este ano não haverá Feira do Livro na cidade do Porto, quebrando-se uma tradição de anos e anos, como se a norte as pessoas não gostassem de ler... É verdade que os custos eram altíssimos para quem participava e que, entre inscrições, transporte dos pavilhões e da mercadoria e pagamento ao pessoal, quando não se ficava em casa, acabava por se perder dinheiro. Era para isso que se contava com o apoio da Câmara Municipal da Invicta, que oferecia o espaço e ajudava com uma verba o certame. Sabemos, porém, que os municípios estão de tanga e – pior – que, mesmo de tanga, preferem apoiar os aviõezinhos com fumos às cores a fazerem acrobacias sobre as pontes e outros eventos que enchem o olho mas em nada contribuem para os portuenses ficarem mais cultos. Porque será? Eu cá diria que a quem está no poder dá sempre jeito ter uma carneirada que não pensa. Muito mais, evidentemente, do que uma população que ponha as suas decisões em causa e se revolte. É o que temos...