A portuguesa
Falei aqui dela antes de existir e temo mesmo que tenha deixado de existir temporariamente agora, que volto a dedicar-lhe um post. Falo da Granta, essa revista que é um livro assinado por muita gente e tem já edições em várias línguas e vários países. Mais especificamente da portuguesa, dirigida por Carlos Vaz Marques e publicada com a chancela da Tinta-da-China. O número de estreia, lançado no início da Feira do Livro de Lisboa, tem o Eu como tema central e é sobre ele que discorrem muitos autores portugueses e estrangeiros. O eu, segundo o director da revista, é o ponto de partida literário por excelência. E excelente é também o primeiro texto desta revista literária, da autoria de Dulce Maria Cardoso, que se joga entre a ficção e as memórias e anda muito rente à filosofia. A fazerem-lhe companhia nas páginas que se seguem Saul Bellow, o Nobel turco Ohran Pamuk, Valter Hugo Mãe ou Hélia Correia, a par de nomes menos sonantes, como os de Valério Romão ou Ricardo Dias Felner. Há ainda outros, claro, mas a revista está aí para ser descoberta por quem gosta de ler e também das fotografias de Daniel Blaufuks, cujo «eu» se reflecte curiosamente quase sempre em coisas alheias. Dizem-me que esgotou – mas, se for verdade, espero que a reeditem em breve.