Boas ideias
Todos os que escrevem – julgo eu – gostam que os seus textos dêem origem a críticas, comentários e ideias interessantes. Não sou excepção. Há muitos anos, quando publiquei o meu primeiro livro de poemas, A Casa e o Cheiro dos Livros, contaram-me que um padre da igreja do Lumiar leu na missa de Quinta-Feira Santa um poema meu chamado «A Última Ceia» e fiquei admirada e contente; mais tarde, uma estudante de joalharia inspirou-se num texto meu para fazer um alfinete de prata que acabei por ver numa exposição colectiva (e que não resisti a comprar); e, entre muitas outras coisas que dão ânimo e alegria, fui há pouco informada de que uma mestranda de Arquitectura da Universidade do Minho chamada Carla Gonçalves Ferreira realizou uma tese intitulada «Casa Sentida: Proposta de um Exercício de Projecto a partir de Uma Antologia de Poemas» que reflecte o projecto de uma casa para um «cliente fictício». A originalidade está em que esse cliente é um leitor de poesia que fornece à arquitecta (para a inspirar?) uma antologia de poemas de vários autores portugueses nos quais é sempre abordado o tema da casa, directa ou indirectamente. Dois desses poemas eram meus, de dois livros diferentes (e, sim, a casa é talvez um dos temas que mais vezes trato) – e agora a Universidade (que, suponho, gostou muito da ideia) decidiu editar a antologia poética para oferecer a alunos e professores. Não são estas coisas que fazem andar a vida? Eu gostei – e agora quero ler a tese e descobrir a antologia de ponta a ponta.
P.S. Hoje, na FNAC de Santa Catarina, no Porto, plas 18h30, fazemos o lançamento do romance As Histórias Que não Se Contam, de Susana Piedade, finalista do Prémio LeYa em 2015. Apareçam!