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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

23
Nov18

Crónica e ausência

Maria do Rosário Pedreira

Hoje é dia de crónica e aqui vos deixo o link, como de costume:

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/18-nov-2018/interior/dispensar-o-real-10182045.html

Esta tarde parto para Guadalajara – a Feira do Livro mais importante da América Latina é dedicada este ano a Portugal. Fui convidada para, entre outras coisas, participar numa conferência sobre poesia e fado com Rui Vieira Nery, dizer poemas no Salão de Poesia, ir a uma escola, dizer umas palavrinhas na apresentação de uma revista mexicana sobre literatura portuguesa e lançar uma antologia recém-publicada na Colômbia. Assim, só voltará a haver blogue no dia 3 de Dezembro – e nesse dia colocarei o link da crónica anterior, que deixarei entregue no jornal. Fiquem bem.

22
Nov18

Eça como nunca o viu

Maria do Rosário Pedreira

Eça nunca deixa de ser actual – não só porque continuará a ser lido pelas novas gerações, apesar das ameaças de tirarem Os Maias do programa de ensino, mas também porque fala muitas vezes como se vivesse neste nosso século, certeiro como poucos. Porém, há coisas do grande escritor que muitos de nós nunca vimos, até porque existe um homem de carne e osso por detrás da assinatura na capa de um livro (e, se nunca fomos a Tormes, teremos visto ainda menos). Pois bem: a Fundação Calouste Gulbenkian inaugura já no próximo dia 29 uma exposição chamada Eça e Os Maias. Tudo o que tenho no saco que, segundo anunciam, não é sobre literatura, mas se traduz numa belíssima viagem ao tempo do escritor através de fotografias, caricaturas, desenhos, objectos pessoais (alguns deles trazidos de Tormes, segundo me constou), edições estrangeiras daquele que é um dos maiores romances da literatura portuguesa (Os Maias), ilustrações de outras obras do mestre e até a pintura de Paula Rego sobre O Crime do Padre Amaro. Enfim, teremos Eça como nunca o vimos e, ao que dizem, numa mostra cheia de ironia que lhe vai ficar bem. Além disso, o evento será apimentado com uns jantares queirosianos pela mão do chef Miguel Castro Silva e umas conversas sobre vários assuntos. O programa poderá ser consultado no site da Fundação.

 

21
Nov18

Falar para quem não ouve

Maria do Rosário Pedreira

O mais recente romance a vencer o Prémio LeYa (Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, que publicaremos em Fevereiro de 2019) tem como protagonistas duas irmãs, Belonísia e Bibiana, uma das quais não fala. Mas não por ser surda, pelo que não é preciso usar com ela linguagem gestual. No entanto, é justamente a linguagem gestual que aqui me traz hoje, pois recebi a boa notícia de que vai estar online o primeiro dicionário de linguagem gestual e, portanto, todos nós – leigos na matéria – vamos poder aprender a comunicar com quem não ouve. A façanha deve-se agora à Infopédia, que apresentará a tradução para linguagem gestual de mais de 5000 palavras. Tanto quanto percebi pelo artigo do jornal, aparecerá um pequeno vídeo em que um falante de linguagem gestual dirá a palavra que queremos saber e exemplificará com gestos para que possamos imitá-lo. O dicionário é assinado por Ana Bela Baltazar, que é psicóloga e intérprete de linguagem gestual portuguesa e autora do mesmo diconário na versão em papel, saída para o mercado em 2010 (mas eu não conhecia). Este é o 29º dicionário da Infopédia.

20
Nov18

O senhor Pires

Maria do Rosário Pedreira

Quem conheceu Cardoso Pires gostava dele – e eu tenho pena de só ter estado com o escritor meia dúzia de vezes, uma das quais com a desvantagem de ele ter acabado de torcer ou partir um pé durante a Feira do Livro de Frankfurt e, portanto, pouco disposto a ser simpático. Um ano depois, morreria – e contam-se este ano vinte anos sobre a sua morte, tendo havido uma homenagem no Palácio Galveias em Lisboa; esta foi coroada por uma exposição de fotografias suas ao longo de quarenta anos sempre pela mão do talentoso Eduardo Gageiro, que falou sobre a sua relação com o romancista (próxima mas não íntima, tratavam-se por você) à TSF na semana passada, num programa em que as filhas de Cardoso Pires também intervinham e relatavam episódios da vida com o pai. Pois a Hemeroteca compensa esta ausência de vinte anos com um arquivo digital  de cerca de 1500 documentos, o Dossier Digital José Cardoso Pires, que promete ser da máxima utilidade para os estudiosos do autor de O Delfim, Balada da Praia dos Cães ou Dinossauro Excelentíssimo. O arquivo está divido em separadores, tornando assim mais fácil a consulta – e vai ser possível saber até a informação mais comezinha, como a altura de Cardoso Pires ou quanto pagou de impostos em determinado ano. Sobre o grande senhor, Bruno Vieira Amaral escreveu uma biografia que deve estar para ser publicada um destes dias.

19
Nov18

Dilemas

Maria do Rosário Pedreira

Todos temos, como vimos há dias, pouco tempo (e vontade?) para ler jornais. Mesmo assim, há jornais que são para nós uma referência – e há muito que tomei The Guardian como uma delas. Subscrevo, de resto, algumas das suas newsletters (assim, fico a par de coisas em que, possivelmente, não repararia) – uma das quais é a que respeita às suas muitas masterclasses, esperando um dia ter tempo, dinheiro e loucura suficientes para me meter num avião e ir assistir a uma lição dada por um daqueles craques que eu adoro (escritores, jornalistas, actores – há muito por onde escolher). Na sexta, de resto, recebi uma mensagem da secção de masterclasses, e o assunto era : «O que oferecer a alguém que tem tudo?» Por um segundo, pensei que só mesmo o meu jornal de eleição para conseguir organizar uma masterclass sobre isso (quase pensei apanhar o avião para resolver o próximo Natal em termos de presentes); mas, ainda estava a clicar sobre o link quando percebi que o que eles queriam era que eu oferecesse a alguém a quem não sei o que dar uma masterclass das deles. Ou seja, que eu oferecesse conhecimento. É uma boa ideia, claro que é, e não fosse ter de juntar também a passagem aérea já tinha prenda para muitos amigos…

16
Nov18

Crónica e site

Maria do Rosário Pedreira

Hoje é dia de crónica e, como tal, aqui vai o link da última:

 

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/11-nov-2018/interior/adeus-futuro-o-fim-da-intimidade-10149511.html

 

Acrescento que há na Net um excelente site para visitar, o do escritor e tradutor Frederico Lourenço, e não só porque é fundamental consultá-lo para conhecer melhor como trabalha este grande conhecedor dos clássicos, mas também porque, numa secção chamada «Apontamentos», tem inéditos, e os seus textos são sempre bons, mesmo os pequenos apontamentos pessoais que publica no Facebook. Vão, por favor, espreitar:

 

http://fredericolourenco.booktailors.com/

 

15
Nov18

Nas ruas de Lisboa

Maria do Rosário Pedreira

Sabem quem vai andar pelas ruas de Lisboa entre amanhã e o final do mês? Basta pensar um pouco, porque acontece todos os anos: Pessoa e Saramago! Sim, vêm aí os Dias do Desassossego e haverá actividades diariamente, ou quase, até dia 30. A Fundação Saramago recebe logo no dia da inauguração um espectáculo musical às cinco da tarde (El Sur) e, em Campo de Ourique, vai haver muito que fazer no dia seguinte, desde uma oficina de silêncio para crianças da parte da manhã, na Casa Fernando Pessoa, pela mão de Marina Palácio (de quem já falei aqui no blogue), até uma leitura de poemas espirituais do Oriente e do Ocidente, seleccionados por João Barrento, na Igreja de Santa Isabel, às 16h30. Mas a oferta é, como sempre, variada: mesas-redondas, leituras, teatro, passeios, música, debates e até uma «leitura-concerto» sobre o Pessoa prosador no dia 24 (mas nessa altura estarei a caminho de Guadalajara, no México, para a Feira do Livro). Na rua do Patrocínio haverá ainda arte por Opiemme, a quem chamam «poeta da arte urbana». Enfim, já merecíamos algum desassossego.

 

P. S. Hoje, na Livraria Arquivo, em Leiria, apresentamos o romance Pão de Açúcar, de Afonso Reis Cabral. Se estiver por perto, dê lá um saltinho.

14
Nov18

Cem anos de Sophia

Maria do Rosário Pedreira

Martim Sousa Tavares, neto de Sophia de Mello Breyner Andresen, cujo centenário se comemora em 2019, foi convidado para ser o curador da Galeria de Biodiversidade – Centro Ciência Viva,com sede na Casa Andresen, em pleno Jardim Botânico do Porto, lugar onde a poetisa viveu durante a infância e que é referido várias vezes na sua obra. Confessando que a avó era bastante avessa a homenagens, Martim Sousa Tavares (músico e maestro que gosta de descomplicar a música erudita, filho do conhecido jornalista e da não menos conhecida jornalista Laurinda Alves) vai centrar a sua intervenção nos apoios à criação, forma de celebrar a vida da escritora através de obras que dialoguem com a sua e de algum modo a interpretem. «Haverá exposições inéditas de fotografia e pintura, teatro, contos em música, concertos, literatura e pensamento, num esforço de convocar o melhor da criatividade actual para esta efeméride», diz o jovem curador. Ficamos, naturalmente, a aguardar datas e programas com muita curiosidade.

13
Nov18

Defender a verdade

Maria do Rosário Pedreira

Hoje a maioria das pessoas já não compra jornais, o que não quer dizer que não os leia na Internet (não estou a falar de assinatura). Eu compro. Gosto do jornal em papel com as páginas todas a estalar e de o folhear de trás para a frente, hábito que julgo ter ganho há anos com a leitura da crónica de Eduardo Prado Coelho na última página do Público – e que agora aplico a todos os outros diários e semanários que costumamos comprar lá em casa (embora leia as revistas do princípio para o fim). Quando vejo uma notícia num jornal impresso, tendo a acreditar nela – o que já não me acontece, por exemplo, se a vir divulgada numa rede social (a morte de um actor ou escritor, um acidente, etc., tantas vezes seguida de um comentário a dizer que é treta). Em tempo de fake news usadas em campanhas políticas contra os adversários (há quem receba um ordenado para espalhar boatos desagradáveis e acusações graves), temos de ter cada vez mais sentido crítico e desconfiança em relação ao que lemos por aí – e, por isso, os jornais tradicionais continuam a ser uma espécie de porto seguro, sobretudo enquanto ainda lá trabalharem profissionais da verdade. Mas, para garantirmos que mantêm alguma isenção e não se deixam influenciar, que têm jornalistas a sério que não se vendem por tuta e meia, precisamos urgentemente de fazer com que se vendam mais, ou seja, precisamos de os comprar. Eu compro um todos os dias e três ao fim-de-semana. Compre também um jornal de vez em quando.

12
Nov18

Listas

Maria do Rosário Pedreira

Para não perdermos o hábito das listas – que, pelos vistos, são sempre boas sugestões para este ou aquele leitor, descubro uma longa lista de mais de 100 livros bons numa revista brasileira, de resto encabeçada por uma fantástica frase de Umberto Eco: «O mundo está cheio de livros que ninguém lê.» Pois, é isso mesmo, e a Revista Prosa Verso e Arte resolve conjugar autores clássicos e contemporâneos que acha que um dia vão ser clássicos, desde O Nome da Rosa, do próprio Eco, O Estrangeiro, de Camus, 1984, de Orwell, O Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, O Principezinho, de Saint-Exupéry, ou Os Irmãos Karamazov, de Dostoievsky – isto para falar apenas dos títulos que ocupam os primeiros lugares (não sei se por serem os mais votados, se a ordem é arbitrária). Mas lá pelo meio há coisas se calhar mais inesperadas, como As Flores do Mal, de Baudelaire, e A Tarde de Um Fauno, de Mallarmé (que, quanto a mim, já são livros algo exigentes e pressupõem o gosto pelo género e hábitos de leitura mais firmados), ou mesmo Diante da Dor dos Outros, de Susan Sontag, autora que raramente vemos nestas listas. No entanto, se quiser perder uns minutos a ganhar ideias para as próximas leituras ou a ver quantos destes já «papou», aqui fica o link:

https://www.revistaprosaversoearte.com/160-livros-essenciais-da-literatura-mundial-quais-voce-ja-leu/

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