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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

09
Nov18

Crónica e surpresa

Maria do Rosário Pedreira

Hoje é dia de partilhar a crónica de domingo passado. Aí vai o link:

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/04-nov-2018/interior/adeus-futuro-copy-paste-10114554.html

 

Para acrescentar qualquer coisa antes de irem para fim-de-semana, descobri que hoje, no Museu de Imprensa da Madeira, em Câmara de Lobos, Alberto João Jardim lança o seu... preparem-se... romance! Romance? É que fiquei mesmo surpreendida. Chama-se diz «Não!» (a minúscula é do autor), e uma cinta amarela berrante avisa-nos de que se trata de «Uma ficção sobre as mudanças na sociedade portuguesa neste século XXI». Pela contracapa, as personagens são estudantes que, nos anos 1970, vieram tirar os seus cursos para o continente, onde travaram conhecimento, e que, quarenta anos depois, são homens e mulheres de sucesso, actores da política nacional, integrando ou pelo menos acompanhando de perto um novo partido regenerador que pretende alterar os poderes instalados e ganhar as eleições para governar em 2020. Enfim, não decidi ainda se vou ler.

08
Nov18

A pontuação de um Nobel

Maria do Rosário Pedreira

No mês passado, a propósito das longas e variadas comemorações dos vinte anos da entrega do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, contaram-me uma história deliciosa. Tendo-se Saramago tornado muito mais conhecido em todo o mundo depois de receber o galardão, o que é natural, acordou, pelos vistos, o desejo de ser lido por muitos emigrantes portugueses em vários países, subitamente orgulhosos de verem um seu conterrâneo assim distinguido. Um desses emigrantes, vindo de férias a Portugal, lá comprou antes de regressar ao país de adopção um exemplar de um dos romances do escritor. Porém, pouco depois de iniciar a leitura, sentiu-se defraudado e, pondo o pé em terra, enviou imediatamente à editora uma reclamação. Dizia que o exemplar que lhe coubera em sorte era ilegível porque a pontuação estava toda errada e era frequentemente omissa; e que de certeza muitos outros leitores já tinham dado pela calamidade, pelo que por certo a editora tinha maneira de substituir os exemplares defeituosos por outros que tivessem as vírgulas no sítio. Afinal, o leitor não tinha culpa nenhuma do sucedido e, não tencionando voltar a Portugal antes do mês de Agosto do ano seguinte, era mais do que justo que lhe enviassem por correio, sem custos, um exemplar «legível»…

07
Nov18

O meu gosto

Maria do Rosário Pedreira

A pedido de várias pessoas, quase todas visitantes deste blogue, venho partilhar a lista dos dez livros que escolhi para o programa de sábado passado, O Gosto dos Outros, na categoria "Os 10 Livros mais Importantes da Literatura Portuguesa do Século XXI" (e da qual só um título coincidia com a lista do meu interlocutor, Rui Zink, que deve estar disponível na Net). Porém, tenho de dizer antes de mais que, quando aceitei o convite para esta sessão, percebi que se tratava de obras de autores estreados neste século (o que para mim seria muito mais fácil) e, quando vi que me tinha enganado, fiquei aflita... Assim, a minha lista não é de certeza dos 10 livros mais importantes, porque em dezoito anos haverá certamente muitos que não li mais importantes do que os que li; além disso, nos tempos livres, leio mais livros estrangeiros do que portugueses e menos ensaio do que ficção. Tentei, mesmo assim, listar livros para todas as idades e de vários géneros (esqueci-me do teatro, pois foi) e coisas de que ainda me lembrava bem, uma vez que, ao ir para velha, tenho tendência a esquecer rapidamente o que li uma semana antes, mas a lembrar-me bem do que li há muitos anos. Finalmente, para que não dissessem que estava a puxar a brasa à minha sardinha ou criar zangas com autores, decidi não incluir um único escritor que publiquei (à excepção de Pacheco Pereira, de quem de facto fui editora, mas no século passado, por isso não conta). Tomem lá, para o que der e vier:

 

O Meu Avô – Catarina Sobral

Um livro infantil edificante, e não estupidificante, como tantos.

 

Irmão Lobo – Carla Maia de Almeida e António Jorge Gonçalves

Um livro juvenil que os adultos adorarão ler

 

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa – Antônio Houaiss (org.)

O melhor instrumento para amantes da língua portuguesa

 

O Futuro da Ficção – António-Pedro Vasconcelos

Um pequeno ensaio negro mas luminoso

 

Álvaro Cunhal: Uma Biografia Política – José Pacheco Pereira

Uma biografia essencial

 

A Morte sem Mestre – Herberto Helder

A despedida de um poeta

 

Uma Viagem à Índia – Gonçalo M. Tavares

O diálogo com os clássicos

 

O Retorno – Dulce Maria Cardoso (escolhido também pelo Rui Zink)

O livro que põe o dedo na ferida

 

As Primeiras Coisas – Bruno Vieira Amaral

O nascimento de um escritor

 

Adoecer – Hélia Correia

A consolidação de uma grande escritora

 

 

 

06
Nov18

O stress da liberdade

Maria do Rosário Pedreira

Uma amiga francesa mandou-me um link sobre um livro francês que defende a criação de novos vocábulos em substituição da adopção de palavras estrangeiras, baseando-se na afirmação de Wittgenstein de que «os limites da minha linguagem significam os limites do meu próprio mundo». Uma dessas palavras que, pelos vistos, faz falta à língua francesa (e à portuguesa) é Freizeitstress, palavra alemã que quer dizer à letra «stress do tempo livre» e traduz a angústia do homem do século XXI, «devastado entre procrastinação, sede de viver e medo de agir». O autor do livro, Laurent Nunez, explica porquê: antes de 1914, um camponês ou operário francês vivia 500 000 horas, trabalhando 200 000 e dormindo outras 200 000; restavam-lhe 100 000 para tudo o resto; hoje, a esperança de vida em França é de 700 000 horas. Dedicam-se 30 000 ao estudo, 70 000 ao trabalho e dorme-se menos duas horas por dia do que antes da Primeira Guerra Mundial. Temos, pois, 400 000 horas para tudo o resto – e é tanto que não sabem as pessoas o que fazer dele, pensando erradamente que não têm tempo para nada… Laurent Nunez conclui que talvez não gostemos assim muito de liberdade. Mesmo quando não temos uma palavra para dizer o que sentimos, ao contrário dos alemães.

05
Nov18

Leituras

Maria do Rosário Pedreira

Esqueci-me na sexta e, portanto, hoje é dia de cada um dizer o que anda a ler (eu, por razões profissionais – uma conferência sobre poesia e fado que farei em Guadalajara mais para o final do mês –, ando a ler livros sobre fado, nos últimos dias capítulos de Pensar Amália, de Rui Vieira Nery), mas, como já despachei a coisa, aproveito para publicitar um livro que é obra de gente Extraordinária: Contos do Portugal Profundo e Uma História Brasileira. Deixem-me explicar: a Cristina Torrão (julgo que foi ela) andou a desafiar aqui os visitantes deste humilde blogue, presumo que sobretudo os que já escreveram e publicaram livros, para contribuírem com um conto e se montar uma colectânea assinada pelos Extraordinários. Mais tarde, o Pedro Sande perguntou-me se eu não poderia juntar-me ao grupo e respondi afirmativamente (a anfitriã podia lá faltar…), oferecendo uma coisa escrita há vários anos que não chegou ao papel. Ainda não vi o «bicho» senão em fotografia nas redes sociais* (e não prometo lê-lo nos tempos mais próximos porque estou com trabalho até ao tutano), mas posso desde já adiantar que os participantes, além dos dois nomes já referidos, foram, por ordem alfabética, António Breda Carvalho, António Luiz Pacheco, Cláudia da Silva Tomazi, João J. A. Madeira, José Cipriano Catarino e Luís Alves Milheiro. Cito a organizadora (com novo acordo ortográfico e tudo): «Esta coletânea variada, com lugar para a ironia, a diversão, a tristeza, o desencanto e até a filosofia, está à venda na Amazon:

 

https://www.amazon.co.uk/dp/1727085205

 

https://www.amazon.es/gp/offer-listing/1727085205/ref=tmm_pap_new_olp_sr?ie=UTF8&condition=new&qid=&sr=

 

É só encomendar e receber o livro em casa!» Por que esperam?

 

* Afinal, tenho-o desde sábado, oferecido pelo Pedro Sande, mas quando escrevi este post ainda não lhe tinha posto a mão.

02
Nov18

Crónica e o gosto dos outros

Maria do Rosário Pedreira

Hoje é dia de crónica e, portanto, aqui vos deixo o link:

https://www.dn.pt/edicao-do-dia/28-out-2018/interior/adeus-futuro-a-irmandade-da-solidao-10085084.html

Amanhã vai ser dia de O Gosto dos Outros na Fundação Calouste Gulbenkian, um programa de debates criado por Nuno Artur Silva e concebido para durar um dia inteiro, em que podemos andar de sala em sala a ouvir falar de coisas muito interessantes (e algumas bem divertidas) como «As 10 melhores Músicas Para Dançar, Os 10 Acontecimentos Culturais Portugueses Mais Relevantes Do Século XXI, Os 10 Melhores Poemas Que Ninguém Conhece ou As 10 Cenas Mais Extraordinárias Do Cinema De Sempre». Eu vou estar logo às 14h30 a falar dos 10 Melhores Livros Portugueses deste nosso século na companhia de Rui Zink e Aurélio Gomes. Entrada livre (mas é preciso reservar). O programa completo vai abaixo:

https://gulbenkian.pt/evento/o-gosto-dos-outros/

 

 

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