Comprar livros
Ainda que os jornais anunciem que os Portugueses, com a crise, diminuíram o seu investimento em produtos culturais, e estudos europeus revelem que há muitos portugueses que nem um livro lêem num ano inteiro, as grandes cadeias de livrarias abrem novas lojas perto do Natal. No Centro Comercial das Amoreiras, onde já existia uma Bulhosa e uma Bertrand, há agora uma nova FNAC, de que foram recentemente padrinhos a fadista Ana Moura e o escritor Valter Hugo Mãe. Nos Restauradores, junto à estação central dos Correios (ai, meu Deus, que será dos Correios daqui por uns tempos?), a Book-it., do Continente, abriu igualmente uma loja e já começou a receber diariamente autores para sessões de autógrafos. E, no Shopping Cidade do Porto, a Bulhosa Books and Living, que era uma das mais interessantes livrarias da Invicta, deu lugar a uma Bertrand que ainda não conheço mas tenciono visitar em breve. Enfim, sendo boas notícias (na verdade, é bem simpático haver mais livrarias aonde ir ver e comprar), também tenho pena de que não seja nada de novo, uma vez que noutros países europeus o que ainda vai safando a literatura são os livreiros independentes, que se apaixonam por determinados livros e autores e fazem tudo por eles. Recentemente, por exemplo, a editora francesa de O Teu Rosto Será o Último, de João Ricardo Pedro, partilhou connosco uma carta escrita por um livreiro de Toulouse a propósito do romance que era a um tempo uma recensão como já não se faz e uma declaração de amor ao livro. Em Portugal, já quase não conheço ninguém que o pudesse fazer...