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Horas Extraordinárias

As horas que passamos a ler.

16
Jan14

Heranças

Maria do Rosário Pedreira

Quando eu era pequena, os jornais da tarde eram comuns e, embora lá em casa comprassem desde sempre o Diário de Notícias, o meu pai lia num certo dia da semana também o vespertino Diário de Lisboa por causa de uma crónica de Luís de Sttau Monteiro que se chamava «As redacções da Guidinha» e, na forma da redacção de uma menina, ia dando catanada no regime de então. Lembro-me de que o meu pai me lia essas crónicas (e eu ficava quietinha a ouvir, mesmo que não percebesse tudo) e que, muito depois de desaparecerem os vespertinos, já eu muito mais velha, fazia questão de nos ler os textos de Vasco Pulido Valente. Não sei se terá sido por respeito à memória do meu pai, mas a verdade é que, ainda hoje, não consigo passar por cima das crónicas de Pulido Valente. Nem sempre estou de acordo com o que escreve, é um facto, mas admiro-lhe a verve que já quase ninguém tem e, além disso, reconheço-lhe um talento para a escrita que é hoje dificílimo encontrar nos nossos diários e semanários. Percebo que possa irritar meio mundo (provavelmente, esse é um dos seus objectivos), mas gosto daquele sacudir os leitores com as suas opiniões completamente inesperadas (como ser o Papa Francisco uma das piores figuras de 2013, por exemplo) e, até, de uma certa maldadezinha que, se calhar, amachuca num primeiro momento, mas deixa, sei lá porquê, um sorriso ao fim de um bocado («além de meia dúzia de homilias, que até o dr. Soares adorou, não mudou até agora coisa nenhuma»).

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