25 de Abril
Amanhã é 25 de Abril, uma das mais importantes e decisivas datas para Portugal, e também para mim, pois mudou a minha vida de muitíssimas maneiras (estou até convencida de que, sem a Revolução, provavelmente não teria chegado a ser editora, mas agora não vale a pena explicar porquê, pois demoraria muito tempo). As comemorações aqui em Lisboa são variadas, até porque 45 anos merecem festa sem fim, e vai haver actividades nos Paços de Concelho, no Jardim Mário Soares (ao Campo Grande), nas Biblliotecas Municipais (um ciclo de conversas sobre as questões LGBT), na Estação de Metro Baixa-Chiado (a exposição das fotografias do 25 de Abril de Alfredo Cunha), no Cinema S. Jorge e no Museu do Aljube. Música (Fausto canta já hoje à noite na Praça do Comércio), teatro, apresentações de livros, um festival de política, performances e debates, haverá de tudo por estes dias para celebrar esta maravilhosa data a que o escritor Miguel Real chamou «um rasgão no tempo». E foi. Não querendo pôr o pé fora da porta, pode sempre ler um livro livremente, sem censuras. Essa foi também uma benesse que a Revolução dos Cravos trouxe. Até sexta.