Repetidos
Estávamos com problemas de espaço para os livros – o que, numa casa de editores, é cíclico e há-de repetir-se muitas vezes ao longo da nossa vida. E eis que o Manel, meio à socapa, mandou fazer mais uma estante, transformando o nosso corredor numa autêntica biblioteca de chão a tecto. Mas como, mesmo assim, já não nos sobram paredes vazias, acordámos que o melhor seria juntar os trapinhos (neste caso, os livros) e escoar aqueles que fossem repetidos (com o cuidado de verificar dedicatórias ou anotações). Aproveitámos os feriados e o Manel começou com a poesia, que parecia mais fácil. E, porém, nem os dias de lazer foram suficientes para a tarefa, nem os livros repetidos são assim tantos como pensávamos, excepto no caso de dois ou três poetas: parece que o Manel tem poesia sobretudo até determinada década e eu a partir dessa mesma década... Enfim, quando chegarmos à prosa, talvez as nossas afinidades se tornem mais evidentes e arranjemos mais umas prateleiras livres para o que ainda há-de vir.